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Ação social criada em Mariana oferece apoio a famílias de baixa renda

11/10/2022 às 15:29
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7 min
Foto: Marcelo Camêlo
Foto: Marcelo Camêlo

Com o passar dos anos estamos vivendo cada vez mais em harmonia com os animais. Os anos pandêmicos registraram um aumento significativo no número de adoção de animais de estimação, comprovado estatisticamente através de diversos artigos. A União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), uma ONG (Organização Não Governamental) de São Paulo – SP, divulgou uma pesquisa feita no primeiro trimestre de 2020, em que foi calculado um aumento de cerca de 400% na procura por adoção de animais domésticos.

Em contrapartida, o ano de 2022 volta a bater recordes em número de animais abandonados. Diversos estudos e artigos apontam o término da pandemia como fator principal para o aumento no número de animais desabrigados. Relacionados às famílias que já não conseguem conciliar vida pessoal, emprego e responsabilidades.

Trazendo a discussão para a realidade mineira, a iniciativa “Protege O Pet/Adote”, é uma plataforma online criada para facilitar a pessoas encontrarem adotantes e novos tutores que buscam um animal de estimação. No entanto, a iniciativa não apenas promove a adoção de animais, mas deixa clara que a mesma seja feita de forma responsável. Como auxílio para tutores de baixa renda, a “Protege O Pet”, projeto criado em 2019, oferece apoio a essas famílias para gozarem de serviços médicos veterinários.

Portanto, a plataforma não é apenas para facilitar o processo de adoção de animais de estimação. Mas sim, de conscientização, de adoção responsável, que busca não só servir de ponte entre quem oferece um animal e o adotante. A Protege O Pet/Adote vem lembrar das responsabilidades e também oferecer ajuda a quem comprovar ser de baixa renda.

Um breve apanhado sobre a história de lutas em defesa dos animais

Ao longo do século 19, leis de proteção aos animais e institutos de defesa foram sendo criados primeiramente na Inglaterra. Antes disso, de acordo historiadores, existiam apenas restrições à caça, que serviam mais para a garantia do privilégio da atividade para as classes mais nobres e burguesia. Aproximadamente no ano de 1824 que foi criada a primeira instituição de apoio aos animais, a Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (Sociedade Real para a Prevenção de Crueldade com Animais), existente até os dias atuais, que depois foi expandido por toda Europa, até chegar aos Estados Unidos da América.

No Brasil, a história começa no fim do século 19, quando a organização UIPA, já citada acima neste texto, foi criada na cidade de São Paulo em 1895. A ONG, que existe até os dias de hoje, foi modelo para a criação de outras iniciativas ao redor do Brasil, que tinham o mesmo objetivo.

Ainda de acordo com estudos de historiadores, o grande crescimento na criação dessas organizações se deve ao fato do elevado número de animais acidentados e mortos, durante o processo das profundas transformações urbanísticas. O final do século XIX e início do século XX, mais precisamente entre 1872 e 1920, de acordo com o historiador José Miguel Arias Neto a população brasileira registrava um aumento de 203%.

Com o aumento exacerbado da população nas capitais, também vieram as transformações urbanísticas. Iluminação pública, bondes elétricos, abertura de vias e o aumento do número de automóveis. Tudo isso, ocasionou no aumento de acidente a animais, como burros e cavalos, que começaram a ser abandonados nas vias. O aumento desses acidentes foi um marco para a criação de organizações de proteção dos animais.

A problemática do abandono e as ações sociais protetora de animais

O crescimento de casos emergenciais de animais que sofrem com abandono, maus tratos e violência nas ruas, é percebido de forma categórica pelos profissionais da Clínica Veterinária Habitat. Em todas as unidades de atendimento, o aumento foi significativo. Motivo para a elaboração de estratégias de comunicação e conscientização conjuntas com órgãos, de sociedade civil e público.

Na atual era da informação que estamos vivendo e o crescimento de notícias falsas, é comum ouvir as pessoas divulgando informações erradas, por exemplo, sobre as ONGs de proteção aos animais. Muitos acham que as organizações sobrevivem de dinheiro público e que são responsáveis pelo resgate de animais abandonados. No entanto, como a própria sigla já explica, essas organizações são grupos de pessoas civis e comuns, como você leitor, que se uniram em prol de um objetivo em comum. Os recursos que eles dispõem são adquiridos através de doações.

A iniciativa “Protege O Pet”, por exemplo, foi criada sem fins lucrativos. O projeto conta com clínicas médicas veterinárias parceiras que auxiliam famílias de baixa renda, que querem oferecer saúde ao seu bichinho de estimação. A iniciativa também apoia organizações da sociedade civil, que resgatam animais em situação de rua, que precisam de atendimento médico veterinário urgente.

Adotar um animal é um ato de amor e carinho, mas que requer responsabilidade

Em entrevista concedida à rádio Itatiaia Ouro Preto, a médica veterinária Amanda Lopes comenta sobre a relevância que os bichinhos de estimação têm na família brasileira. O animal de estimação já é considerado membro da família e abre discussões no âmbito social, ético e até mesmo jurídico.

O debate do animal de estimação como membro da família vem tomando proporções enormes em meio à juristas renomados, como a professora da PUC-PR Jussara Maria Leal de Meirelles, doutora pelo centro de direito biomédico de Portugal. São diversos os estudos e artigos já escritos que contém o que foi chamado biodireito como objeto de pesquisa.

Com o intuito de diminuir o abandono de animais após a adoção, no entorno de Santa Bárbara, até Mariana e Ouro Preto, a “Protege O Pet”, na sua nova aba ‘ADOTE’, abre o espaço para que o adotante entre em contato com a pessoa que está oferecendo animal para adoção. São proibidas qualquer tentativa de venda de animais pela plataforma, bem como adoção sem a coleta de informações necessárias sobre o adotante.

Tudo é feito de forma bem clara e aberta, para que não hajam problemas durante o processo. A “Protege O Pet” dá dicas para boas negociações entre a pessoa que oferta e o adotante, lembrando sempre de deixar claro suas reais intenções, além de lembrar sempre que o animal precisa de todos os cuidados. A professora Ana Paula, que adotou um cãozinho recentemente, conta que pediu todas as informações sobre datas de vermifugação, vacinas e atendimentos periódicos, se responsabilizando pela vida do animal.

Se você tem alguma dúvida sobre a “Protege O Pet” e como são feitos os formulários de preenchimento basta clicar aqui, ou na página do Instagram. Todos os canais de contato que você precisa para oferecer saúde e bem-estar ao seu animal de estimação estão disponíveis e com alguém preparado para te atender de imediato.

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