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16/03 – Paralisação do funcionalismo federal em defesa da recomposição salarial

16/03/2022 às 19:46
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3 min
Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe) é Biólogo e Professor, Dr. em Ciências Naturais e Docente do IFMG
Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe) é Biólogo e Professor, Dr. em Ciências Naturais e Docente do IFMG

Você acha justo receber um salário menor do que merece? Imagina então, no caso de você se dedicar, trabalhar durante a pandemia até mesmo dentro de casa gastando sua luz, sua internet, sua mesa, seu computador, etc. e na hora de negociar seus vencimentos o patrão propor que você não tenha aumento, mesmo depois de sete anos de salário congelado, tudo caro e, o mais incrível, com dinheiro em caixa?

Se ninguém merece aguentar tanta desvalorização, por que Bolsonaro insiste em maltratar seus servidores públicos federais negando um justo aumento relativo a recomposição salarial proporcional à inflação do período?

Infelizmente, tem sido corriqueiro em muitos governos o não reconhecimento do valor dos trabalhadores, basta ver o caso de Minas Gerais, onde Romeu Zema se nega a pagar o piso salarial dos trabalhadores da educação mesmo com dinheiro em caixa, um verdadeiro absurdo.

Pouca gente sabe é que há quase 2 meses, o atual presidente ignora as reivindicações apresentadas pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (FONASEFE) e pelo Fórum Nacional das Categorias Típicas de Estado (FONACATE).

Ou seja, nem mesmo negociar este governo está disposto, para se ter ideia, no dia 18 de janeiro, as entidades protocolaram a pauta de reivindicações junto aos órgãos responsáveis, que são: a recomposição salarial de 19,99%, a derrubada da Proposta de Emenda à Constituição da Reforma Administrativa (PEC 32) e a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95.

Observando a pauta apresentada, fica claro que o funcionalismo não está pensando só em si, haja vista que traz como um dos seus pontos de pauta a EC 95, que impôs o Teto dos Gastos em áreas como Saúde e Educação, diminuindo abruptamente os recursos para a gestão pública, já que os estados e municípios estão recebendo o mesmo quantitativo de verba relativo a 2016, ou seja, de 5 anos atrás. Nem precisa falar como as coisas encareceram no período e a verba não dá para quase nada né? Basta ir nas escolas públicas ou postos de saúde para ver isso de perto.

Portanto, como forma de chamar para a negociação os gestores federais que se fazem de desentendidos, é que os sindicatos que representam esses trabalhadores convocaram paralisação de todas as suas atividades dia 16-03 e a construção de grandes atos em Brasília, Belo Horizonte e demais capitais na mesma data.

O objetivo é que o governo aceite negociar e não seja necessária a construção de uma greve por tempo indeterminado, onde todos saem perdendo, ou seja, a proposta é chamar para conversar, mas se não houver diálogo, pode ser que as assembleias das variadas categorias avaliem que seja necessário a interrupção dos serviços.

Veja bem, não podemos condenar aqueles que buscam seus direitos, lutar não é crime, é hora de apoiar os que ousam desobedecer às ordens dos patrões para mostrar que só a força coletiva é capaz de garantir direitos para os trabalhadores.

Até a próxima.