Antes dos portugueses desembarcarem no Brasil, a base alimentar indígena era a mandioca e seus derivados, como a farinha de mandioca. O feijão era também cultivado e consumido com essa farinha.
No século XVII, o binômio alimentar mais comum, tanto para portugueses quanto indígenas e negros escravizados, era feijão com farinha de mandioca, daí surgiu a clássica receita que continua a ser consumida até hoje: feijão tropeiro, basicamente composto de feijão, farinha, pedaços de carne, cebola e alho.
O arroz mais consumido aqui é asiático e foi introduzido à Europa pelos árabes. No Brasil, os indígenas conheciam uma outra variedade da planta, mas que era pouco utilizada na dieta usual. O cereal asiático foi trazido pelos portugueses, mas seu consumo só se expandiu a partir de 1808, quando a família real portuguesa chegou ao Brasil e o arroz, por determinação do rei D. Joao VI, foi introduzido na alimentação dos soldados, a fim de conferir mais energia ao exército. Devido à proximidade dos soldados e escravos surgiu a junção dos dois alimentos nas refeições e assim o binômio arroz e feijão substituiu o feijão e farinha, tornando-se elementos básicos da alimentação do brasileiro.
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Se considerarmos isoladamente as propriedades nutricionais do feijão e do arroz, podemos notar que eles não têm todos os aminoácidos essenciais para a formação de uma proteína completa, pois o feijão é deficiente em metionina e o arroz em lisina. Mas, quando se combina o arroz com o feijão, eles fornecem todos os aminoácidos essenciais, fornecendo uma proteína de boa qualidade. A mistura de arroz com feijão torna a alimentação brasileira bastante equilibrada em proteína e energia, além de fornecer, também, alguns minerais, vitaminas e fibras.
O hábito de consumir a mistura de feijão e arroz é uma característica tipicamente brasileira. Por serem alimentos complementares, tornou-se comum o uso da expressão: “que nem feijão com arroz”, para demonstrar o quanto duas coisas ou pessoas combinam ou se completam, além disso, é também utilizada a expressão “feijão com arroz” para designar algo habitual ou rotineiro. E assim percebemos a relevância do feijão com arroz na nossa cultura, pois até mesmo se essa combinação não estiver presente na mesa, ela pode aparecer na linguagem.
*Esse texto não representa, necessariamente, a opinião do Mais Minas