Um dos alimentos mais comentados e consumidos nos últimos dias foi o chocolate. O chocolate é um dos ingredientes que chama atenção por ser um produto que apresenta infinitas possibilidades de textura, tonalidades e cores, agradando desde as crianças até os idosos, sendo muito utilizado na confeitaria, na produção de bombons, mousses, bolos, etc. O cacau, espécie mais conhecida do gênero Theobroma que significa “alimento dos deuses” foi domesticado pela civilização Maia já em 400 a.C. Os maias plantavam o cacau, colhiam, torravam as sementes e as transformavam em uma pasta, que depois era misturada à água, pimenta, cereais e outros ingredientes. O resultado era uma bebida fermentada, fria e amarga, apreciada particularmente pelos reis e nobres, que a consumiam em celebrações importantes.
Posteriormente, em 1519 o cacau foi redescoberto por Hernando Cortez em meio às conquistas no México. Nessas expedições, Cortez experimentou pela primeira vez o “Cacahuatt”, uma bebida que era muito apreciada pelo último imperador Asteca, Montezuma II. Ao observar que as sementes de cacau eram tratadas pelos astecas como algo muito valioso, ele resolveu levar sementes do fruto para a Espanha, no entanto, os espanhóis não apreciaram muito a bebida. Porém, como o cacau tinha um enorme potencial como moeda de troca, foi pensando nas vantagens comerciais que se iniciaram as plantações de cacau nas ilhas conquistadas.
Com o passar dos anos, os espanhóis passaram a diminuir a quantidade de especiarias que eram utilizadas pelos astecas e adicionar adoçantes à bebida original, tornando-a bem mais agradável ao gosto Europeu. O que fez com que a bebida (chocolate quente) começasse progressivamente a conquistar a elite espanhola.
Por meio do comércio realizado pelos espanhóis, o chocolate passou a se difundir pelo mundo inteiro. Em meados de 1746 o chocolate chegou ao Brasil por meio do colono francês, Louis Frederic Warneaux, que inseriu o grão no estado do Pará e posteriormente as sementes de cacau foram plantadas na capitania de Ilhéus, na Bahia. No entanto, só após a revolução industrial foi que o chocolate passou a ter um preço acessível, vindo a se popularizar durante o século XIX.
Em 1828 o químico Coenrad Van Houten criou um processo que permitia retirar a manteiga de cacau das amêndoas. Com isso obteve-se cacau em pó e manteiga, o que serviu de base para a produção do primeiro chocolate em barra do mundo.Criou, também, o tratamento para tirar o amargor do chocolate e para torná-lo solúvel em água.
Em 1875, o mestre chocolateiro suíço Daniel Peter trabalhou junto com seu vizinho Henri Nestlé, que teve a função de fornecê-lo o leite condensado por ele criado, permitindo assim o desenvolvimento da receita de chocolate ao leite. Desde então, outras fábricas em diferentes países começaram a produzir diferentes tipos de chocolates que dominam o mercado até hoje, como amargo, meio amargo, branco, ao leite ou sem leite, entre tantas outras variedades que possam satisfazer os mais diferentes paladares.
O chocolate ganha novos sabores quando agregado a especiarias, castanha, licores, aromas, flor de sal, frutas, dentre outros componentes. A variedade de formatos também é infinita e agrega valor ao produto final. Além disso, as formas de apresentação do chocolate vêm se diversificando cada vez mais de modo a despertar os cinco sentidos do consumidor, o que faz com que o chocolate seja cada vez mais famoso e apreciado mundialmente.
*Esse texto não representa, necessariamente, a opinião do Mais Minas