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‘O Morro dos Ventos Uivantes’: do amor às ruínas

05/08/2020 às 10:00
Tempo de leitura
3 min

Mesmo a área tempestuosa e áspera em que essa história romântica e brutal acontece sugere um manuseio grosseiro. Em seu (único) romance “O Morro dos Ventos Uivantes”, a autora britânica Emily Bronte cria um mundo inteiro com personalidades altamente detalhadas que são atormentadas pelo sofrimento e assombradas por fantasmas. Ela descreve o amor ilimitado, sim, alguém poderia até dizer um amor de ódio entre Catherine e Heathcliff que desencadeia toda uma tragédia. Heathcliff não apenas sofre com o amor negado, mas Catherine também destrói sua vida se casando com Edgar Linton.

A maioria dos personagens morrem muito cedo de seu sofrimento mental, que Emily Bronte descreve muito emocionalmente. O leitor entende toda a história da perspectiva da governanta Nelly Dean. Ela traz muitos sentimentos e percepções pessoais para a narrativa que tornam o curso do romance interessante e emocionante. Nelly cresceu com Catherine e Hindley na propriedade dos Earnshaw e depois se tornou governanta, ela conhece as características de Catherine, Heathcliff e Hindley desde tenra idade.

A vingança de Heathcliff e seu estado mental perturbado tornam tudo emocionante e estressante. No final do romance, sobra a tristeza em ver que Heathcliff destruiu sua própria vida, terminando sozinho.

Amor, paixão, ciúme, vingança e ódio. Até hoje, a dramática história de amor entre Heathcliff e Catherine é uma das obras mais emocionantes e lidas da literatura inglesa no mundo.

O drama entre Heathcliff, galopante e efervescente, e seu grande amor, Catherine, ocorre no isolamento de uma charneca acidentada. Heathcliff tem que lidar com demônios esmagadores: com sua vingança implacável e ciúmes furiosos, ele não apenas leva seu amado a um redemoinho imparável de paixão e destruição.

O único romance de Emily Bronte (1818-1848)), imbuído de realismo, paixão, misticismo, elementos psicológicos, individualismo nas atmosferas góticas, mas também expressão e reversão dos ideais românticos clássicos.

O mundo inteiro é uma terrível coleção de testemunhos de que o amor existiu e se perdeu, que há tantos anos ele é sua vítima inconsciente, sem descanso e remorso, e se reflete em Heathcliff, o espectro de seu amor imortal, de esforços desesperados para afirmar o direito, a degradação, o orgulho, a felicidade, a angústia, acabando reconhecendo, sem nenhuma esperança, que o ódio é o espelho de si mesmo, que a vingança continuará perseguindo os fantasmas do passado e que nada retornará um amor até a reunificação final com ele, em uma vida agora insuportável e sem sentido, manchada de solidão.

A obra de Emily Bronte foi adaptada diversas vezes para o cinema, mas a verdadeira essência encontra-se no livro… as emoções e o caráter dos personagens só é possível encontrar nas páginas de “O Morro dos Ventos Uivantes”, que, aliás, está em 22º lugar na lista dos mais vendidos da Amazon atualmente.

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