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‘Éramos Seis’: por um mundo com mais Lolas

27/03/2020 às 20:09
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3 min

É difícil assimilar a fragilidade da vida ou as reviravoltas do destino. No decorrer da vida, planos são criados, ideias são colocadas no papel, sonhos são refletidos no olhar. A cada indivíduo que nasce neste planeta lhe é incumbido a esperança de dias melhores. Uma tarefa árdua, uma vez que a vida parece um jogo de obstáculos. Mas, enquanto houver o brilho da vida, a esperança viverá e se renovará.

O remake de “Éramos Seis”, escrito por Ângela Chaves, baseado na versão exibida no SBT em 1994, escrita por Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, fala justamente sobre as voltas que a vida dá. Uma família unida que é separada pelas circunstâncias da vida e pelos desejos individuais que muitas vezes não se associam ao coletivo e acabam provocando caminhos aleatórios.

A Lola de 2019 foi tão forte e sensível quanto as Lolas de 1994 (SBT) 1977 (Tupi), 1967 (Tupi) e 1958 (Record). Ela conseguiu superar as adversidades da vida, as crises financeiras, os problemas de saúde do marido e as personalidades diferentes de seus quatro filhos: Carlos (Xande Valois/Danilo Mesquita), Alfredo (Pedro Sol/Nicolas Prattes), Julinho (Davi de Oliveira/André Luiz Frambach) e Isabel (Maju Lima/Giullia Buscacio).

Como uma uma muralha, Lola se manteve forte até o fim, mas, como toda muralha tem suas brechas, a personagem sentiu o impacto de cada um desses problemas. Nada disso impediu a personagem de ser a mola propulsora da família Lemos e da transmissão do amor, representando a força e a luta de todas as mulheres.

Todos os personagens seguiram por caminhos intensos e interessantes na história. Caminhos que os levaram por vários lados e os confrontou com várias situações; muitos deles com conotações trágicas e tristes, e outros com momentos de alegria e felicidade.

Lola possui um espírito de luta que se manifesta no seu olhar, ainda que doce e encantador. Gloria Pires, sua intérprete na versão atual brilhou como nunca. Alguns percursos da personagem tomaram rumos diferentes de suas versões antecessoras, o que é perfeitamente natural, já que os tempos são outros, mas nada disso tirou a sua essência.

Quem pode entender o porquê das circunstâncias da vida? No curso natural de nossas vidas, existem circunstâncias que não são claras a olho nu, nas quais nos perguntamos por que fizemos o que fizemos para passar por aquilo, mas não acabamos não encontrando uma razão lógica.

“Éramos  Seis” mostrou que a vida tem um sabor agridoce, mas é nosso dever garantir que esse sabor não seja tão azedo para o paladar, compreendo que tudo muda, que as coisas se reciclam, que os caminhos se desviam, mas, no final, tudo se resolve, todos se encontram.