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Cruzeiro ainda pode se recuperar e segue sendo um dos favoritos

16/09/2020 às 16:51
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5 min
Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

O triunfo contra o Vitoria começou a levantar o Cruzeiro, que tem oito pontos em 9 jogos, depois de começar com uma desvantagem de -6. A troca de treinador, do criticadíssimo Enderson Moreira para Ney Franco pode dar um gás na equipe e a boa notícia é que o G4 não está nada longe.

Por isso os resultados da série B e as cotas de aposta devem sorrir mais para a equipe celeste daqui para a frente. Até porque não há grandes rivais na disputa: o mais imponente é o velho conhecido América, que está em terceiro. A Ponte Preta é a líder com 19 pontos e a Chapecoense, quarta com 16.

A defesa é um ponto a se consertar, mas o ataque é realmente um problema da equipe, com várias partidas mostrando 0 criatividade na frente. O time ficou seis jogos sem ganhar, com apenas três gols marcados nessa sequência. A vitória por 1 a 0 não é um show de ofensividade, mas é uma pedra fundamental para dar sequência.

A organização precisa vir de cima

Não há dúvidas de quem é a culpa pela situação calamitosa que o clube vive. A gestão tenebrosa dos últimos anos causou danos que precisam de anos para ser reparados. E estamos vendo isso até em situações não pensadas.

Marquinhos Gabriel foi devolvido pelo Athletico e agora vem do Paraná o atacante Sassá, basicamente demitido depois de ter aparecido em fotos de uma festa sem máscara e com aglomeração.

O time afastou cinco jogadores do treinamento e é de se esperar que Ney Franco reformule um elenco que já passa pelo seu terceiro treinador na temporada. Isso que estamos em setembro e ficamos quatro meses sem jogos.

As melhores voltas de clubes grandes quando foram rebaixados foram com trabalhos bem pensados. É claro que é para ser modesto, já que o orçamento é muito mais baixo, mas o Corinthians de 2008 trouxe Mano Menezes e montou um elenco que serviu de base até para conquistas muito maiores. Chicão, Douglas e Alessandro foram campeões do mundo quatro anos depois.

O torcedor do Cruzeiro ver essa luz no fim do túnel é um alento, mas não dá nem para imaginar isso porque o ano que era para ser de reconstrução já está cheio de turbulência.

Acessos de clubes grandes nos anos anteriores

Como ficou mais recorrente, os clubes grandes caindo não se tornou mais um choque e sim algo até comum. Aos poucos fomos vendo equipes tradicionais fazendo campanhas medíocres e subindo mais pela fragilidade da competição que por mérito.

O Vasco de 2016, por exemplo, ficou em terceiro na competição, atrás de Avaí e Atlético Goianiense em uma campanha horrorosa, com Eurico Miranda na direção da equipe. Dois anos antes o time também ficou em terceiro na Série B, com um 5 a 0 contra em São Januário contra o Avaí que ficou na memória do torcedor.

Esse cenário do Vasco é mais realista que o do Corinthians, já que a bagunça na política e as contas que não fecham devem ser um cenário do Cruzeiro nos próximos anos. O Internacional, que também não foi bem na Série B em 2017, mas subiu, é outro que vem a mente.

Os seis pontos a menos dificultam muito o trabalho e pensar em acesso. Nos últimos três anos, o quarto colocado teve 64 pontos, 60 e 62. Com um pouco menos de um quarto da competição, o Cruzeiro tem 8 pontos, mas seriam 14 não fosse a punição. Se extrapolarmos esse número, chegamos a 56 pontos, o que provavelmente seria insuficiente.

Por isso Ney Franco agora é a esperança para ser mais do que um treinador: ele precisa ser um para raio entre o elenco e a diretoria, um bombeiro que apaga incêndios e um professor para os jogadores mais novos. Os jogadores veteranos, como Fabio, Ariel, Leo e Marcelo Moreno precisam ajudar nessa dura realidade.

Apesar de tudo isso o clube segue sendo favorito nas casas de apostas, já que o peso do nome influencia os apostadores e escolher a equipe mineira em duelos que podem ser mais equilibrados do que as odds determinam. Com muitas pessoas escolhendo a vitória do Cruzeiro, as chances flutuam e fica menos rentável apostar no triunfo da equipe.

Time por time, Ponte Preta, Paraná, America e Chapecoense não estão à frente, mas a pressão da torcida e a bagunça da diretoria fazem o time grande derrapar, sendo essa uma tradição de times bons que caem e ninguém consegue entender o porquê. Falar em Série C é um exagero – a não ser por uma punição – mas um ano a mais na Série B é uma pancada na torcida, elenco e nas contas combalidas do clube.

Última atualização em 22/09/2020 às 17:35