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Eles movimentam a cena “underground” da música marginal mineira; conheça

06/09/2019 às 16:00
Tempo de leitura
6 min

A industria musical movimenta montanhas de dinheiro e é um dos negócios mais lucrativos do mundo. Contratos milionários com gravadoras, megaproduções e super eventos fazem parte da vida de uma pequena parcela de artistas. Mas e o outro lado? O lado independente do mundo da música? E o lado independente da música marginal, que vem da cultura periférica, onde jovens artistas precisam se desdobrar para conciliar o mundo artístico com as responsabilidades e preconceitos do dia a dia?

Bom, essa é a realidade de diversos nomes em ascensão da música mineira. E, alguns destes nomes, já vem alcançando grande projeção nacional. Com muita autenticidade, os artistas vem galgando passo a passo seu espaço e descentralizando a produção do eixo Rio-São Paulo e desvinculando do vínculo com gravadoras e etc.

Vamos conhecer um pouco desses artistas, frutos das gerais, e do seu estilo.

Atenção: algumas das músicas possuem conteúdo explícito.

Sidoka

Uma das maiores revelações do trap, subgênero do rap, em 2019, o garoto Nicolas, ou simplesmente “Doka”, vem conquistando fãs por todo o Brasil. Sidoka despontou em 2018, após uma participação na música “UFA”, com os já consagrados Djonga e Sant. O jovem trapper se destaca pela autenticidade no estilo de cantar, com um flow rápido e mutável, voz estridente e muitos efeitos sonoros que dão uma vibe única para seus sons. O estilo de se vestir e portar também é único. Luvas, óculos juliet, camisas de time e corta-ventos “malados” são suas marcas.

O jovem MC estourou na virada de 2018 para 2019, com o clipe 07, que tem uma pegada estética visual e musical únicas. No momento da matéria, o clipe já tinha 3,6 milhões de visualizações, ótimos números no mundo do trap. Confira:

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Sidoka já tem diversos singles lançados, além de dois discos e um EP lançados. Tudo isso num período de menos de um ano. O cara não para.

Mc Rick

Quem nas festas ou mesmo nas ruas nunca ouviu um “MC Rick chegou” ou um “Rick na voz bebê”? O funkeiro já está na caminhada há anos, tendo lançado sucessos desde novo. Mas a melhor fase do artista parece ser atual. Hit atrás de hit e com diversas parcerias de sucesso, Rick levou o Morro do Papagaio de Belo Horizonte para todo o Brasil. Com letras, em sua maioria esmagadora, não recomendadas para menores de 18 anos e batidas envolventes, o jovem MC ajudou a popularizar a febre dos “Passin”, comumente vistos sendo feitos em sincronias desde os bailes de favela as festas de luxo.

As letras de MC Rick são criativas e pouco repetitivas, com muitas expressões genuinamente mineiras e um ar cômico nos clipes e composições. O garoto é um barato!

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FBC

Fabrício FBC é um dos nomes mais respeitados no rap nacional. Com muitos anos de caminhada, o artista exala versatilidade e já se aventurou por diversas vertentes musicais. Com letras que vão das críticas sociais do boombap até a ostentação do trap, FBC se mostra completo. O MC, em suas composições, jamais deixa de exaltar suas origens e pregar a “melhoria” para os seus. E, mesmo nas suas produções voltadas para o trap, o artista não deixa de mencionar e fazer críticas sobre questões sociais.

FBC, além da carreira solo, faz parte do consagrado grupo DV Tribo. No ano passado o rapper lançou seu álbum, S.C.A., sucesso de crítica. Recentemente, Fabrício divulgou um EP com seis faixas.

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Delatorvi

O Jovem Prince é mais um da safra do trap mineiro. De Nova Lima, Delatorvi se destaca pela dedicação em fazer o “real trap” e por suas posições políticas, principalmente em questões raciais e sociais. Frequentemente em suas composições e redes sociais, o jovem músico tem opiniões duras sobre preconceito e ideias de mercado. Apadrinhado pelo icônico Raffa Moreira e membro do grupo Savage MOB, que conta com nomes como Izumed e Loc Dog, o MC já fez, inclusive, uma música onde problematiza a questão racial usando a loja de roupas com presença internacional Forever 21 como exemplo.

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Hot e Oreia

Os mais ímpares, apesar de serem uma dupla, e experimentais da lista. Hot e Oreia, que como FBC fazem parte do grupo DV Tribo, trouxeram para a cena do rap um toque único e intrigante. Rap, trap e tudo mais que se tem direito. O estilo deles é difícil de definir mas fácil de se apreciar. Recentemente os parceiros lançaram um álbum chamado “Rap de Massagem“. E a produção passa longe de ser só musical. Lírica, conceitual e multimídia, vide as capas interativas no YouTube, fazem a experiência de imersão no produto ser muito maior.

Além dos trabalho com o DV Tribo e em dupla, Hot e Oreia possuem produções solo e diversos feats. O maior sucesso recente foi a música “Eu Vou”, que teve a participação de Djonga. Na canção, os três MCs fazem duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro e a sua base eleitoral, e demais pessoas preconceituosas. A parte visual do clipe também ficou um espetáculo, com referências ao sucesso do cinema nacional “O Auto da Compadecida”.

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MC Kaio

Outro representante do funk, MC Kaio, ou “Voz de ouro”, vem em ascensão no ano e já emplacou grandes sucessos como “Bota tudo nela” e participação na música “Tipo”, de Djonga. Kaio se destaca pela voz aveludada e pelos ritmos melódicos e sensuais das suas músicas, quase todas impróprias para menores de 18 anos, o que traz um contraste interessante.

A “voz de ouro” faz os sons de Kaio serem inconfundíveis. E, por seu estilo único, a presença dele acaba dando um ar todo especial nas músicas que grava em parceria.

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Última atualização em 21/09/2021 às 18:09