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Engenheiros da Tüv Süd serão ouvidos na CPI da Barragem de Brumadinho, em Minas

30/04/2019 às 19:55
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Os engenheiros Makoto Namba e André Jum Yassuda, engenheiros da Tüv Süd Brasil, empresa alemã contratada pela Vale para realização de auditorias na área de barragens, serão ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho. A reunião na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG) será nesta quinta-feira (2/5/19).

A oitiva dos dois profissionais, que são os responsáveis pelo laudo de estabilidade da barragem de rejeitos da Mina do Córrego do Feijão, que se rompeu no dia 25 de janeiro, dá sequência a outras realizadas pela comissão. O objetivo é apurar as causas do rompimento da estrutura naquele município da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Logo após a tragédia, no dia 29 de janeiro, a juíza Perla Saliba Brito determinou a prisão do coordenador do projeto, Makoto Namba, e o consultor em geotecnia, André Yassuda, e ainda, de três funcionários da Vale responsáveis pela barragem. Na decisão, a magistrada justificou a detenção citando “delitos perpetrados na clandestinidade” e afirmando que “havia meios de se evitar a tragédia”.

Pouco depois, em 6 de fevereiro, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou o pedido de liberdade dos dois engenheiros da Tüv Süd e dos três funcionários da mineradora. Na ocasião, o advogado dos dois técnicos veio a público no dia 5 para descartar a possibilidade de um acordo de delação premiada por parte deles.

E-mails – Nessa mesma data, a Rede Globo divulgou matéria denunciando que os dois técnicos da empresa alemã, em depoimentos à Polícia Federal, demonstraram ter consciência dos perigos de rompimento da barragem. Durante questionamento a Namba, o delegado da PF, Luiz Nogueira, cita e-mails trocados entre funcionários da Vale, da TÜV SÜD e da Tec Wise, outra empresa contratada pela mineradora. As mensagens começaram em 23 de janeiro, às 14h38, e se prolongaram até as 15h5 do dia seguinte, um dia antes da barragem se romper.

A barragem se rompeu no horário de almoço, derramando cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos que atingiram a parte administrativa da empresa, uma pousada, comunidades próximas e o Rio Paraopeba. Até o momento, o número de mortos identificados no desastre é de 233, de acordo com a Defesa Civil, que contabiliza ainda 37 pessoas desaparecidas.

André Yassuda e Makoto Namba foram chamados também para depor na CPI do Senado que apura o rompimento da barragem em Brumadinho. No dia 3 de abril, eles participaram de reunião dessa comissão, mas ficaram calados. Isso porque obtiveram no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da ministra Rosa Weber, um habeas corpus garantindo-lhe o direito ao silêncio naquela sessão.

Assinam o requerimento os deputados Gustavo Valadares (PSDB), presidente, Sargento Rodrigues (PTB), vice, André Quintão (PT), relator, a deputada Beatriz Cerqueira (PT), e ainda, os deputados Inácio Franco (PV), Cássio Soares (PSD), Noraldino Júnior (PSC), Bartô (Novo), Celinho Sintrocel (PCdoB) e Sávio Souza Cruz (MDB).

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Última atualização em 19/08/2022 às 08:25