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Porta-voz dos bombeiros em Brumadinho, Pedro Aihara causa polêmica com policiais militares nas redes sociais

05/03/2020 às 16:43
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3 min

O porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Pedro Aihara, que ficou conhecido por aparecer na mídia diversas vezes para dar informações sobre a tragédia em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, recentemente se envolveu em uma polêmica em seu Instagram. O militar fez uma publicação sobre seu certificado de Mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com um texto sobre sua trajetória e também o tema abordado em sua dissertação, que foi “A educação e direitos na Polícia Militar”. No post, Pedro escreveu a seguinte frase: “Para que famílias negras confundidas com bandidos parem de morrer fuziladas em Blitz”.

Com a frase dita pelo militar, vários comentários de policiais, e também de outras pessoas, surgiram criticando veementemente a fala de Pedro Aihara, alegando que o bombeiro deveria comentar apenas sobre o seu cargo no sistema de prevenção e segurança pública, além de questionarem qual o embasamento de sua fala.

Veja o post:

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Mestre em Direito pela UFMG, na linha de pesquisa de Direitos Humanos e Acesso à Justiça. E pensar que nem mamãe nem papai puderam ter um diploma de curso superior. Educação no Brasil é privilégio. Educação superior, privilégio para poucos. Em um país onde temos 11,3 milhões (!!!) de analfabetos, que esse diploma sirva para me lembrar a enorme humildade que devemos ter com as portas que são abertas pelo conhecimento. É para onde você vai, mas sobretudo de onde você veio. Erudição não cura imbecilidade e títulos não fazem ninguém ser uma pessoa melhor. Todavia, se bem empregados, podem fazer com que abismos sociais diminuam por meio do conhecimento aplicado. A trajetória até aqui não foi fácil e ouvi muitas vezes lá atrás que “fazer CFO junto com a UFMG” era impossível, depois que “entrar pro mestrado sem conhecer professor” era impossível, e depois “que conseguir fazer a qualificação no meio da operação em Brumadinho” também era impossível. Palavrinha maldita esse tal de “impossível”. Eu mesmo acreditei nessas impossibilidades algumas vezes. Mas Deus é tão bom comigo que me rodeou de pessoas que fizeram eu botar essa carcaça pra jogo. Que fizeram eu ter mais fé do que dúvida. Mais amor do que medo. Obrigado a todos que, de perto ou de longe, com uma oração, um gesto ou uma vibração energética, tenham contribuído para essa conquista. É sempre injusto citar nomes porque sempre esquecemos de alguém, então simbolizo meu agradecimento a todos na pessoa da minha orientadora e professora @adrisena17, que mesmo sendo professora da UFMG, desembargadora, pós-doutora e vários outros adjetivos chiques, foi sobretudo um grande ser humano em todas as perspectivas desse termo. Escrevi sobre a Educação em Direitos Humanos na Polícia Militar pois acredito em um Direito emancipatório que protege tanto cidadãos quanto policiais. Sou grato a Deus pelas oportunidades e dedico essa pequena vitória àqueles que amo. Não seria possível sem vocês. Que venham os próximos desafios ❤️

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Com a má repercussão, Pedro Aihara apagou a frase no post e fez declarações em stories de sua conta do Instagram esclarecendo que foi uma má interpretação e sugerindo para quem o criticou que leia sua dissertação. O bombeiro, que recentemente recebeu o certificado de Mestre em Direito, também disse que sua pesquisa acadêmica valoriza o trabalho feito pelos policiais militares.

Veja alguns comentários na publicação:

Em sua defesa, Pedro Aihara disse que é vitima de fake news e má interpretação. “O meu interesse pela pesquisa surgiu justamente porque eu constatava que a maior parte dos trabalhos acadêmicos tinha um enviesamento muito forte e eu quis fazer um contraponto. Quis colocar a voz dos policiais militares. Infelizmente, algumas pessoas deturpam algumas falas, fazem fake news com o intuito de prejudicar as pessoas, e infelizmente,m nesse caso eu fui mais uma vítima disso”, alega Pedro em sua defesa.

Pedro Aihara, de 27 anos, ganhou notoriedade nacional, principalmente em 2019, durante as operações de busca em Brumadinho. Ele atuou no setor de comunicação do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), trabalhando na sala de imprensa. O bombeiro tem especialização em prevenção de desastres e trabalhou como porta-voz da corporação na cidade atingida pela Barragem B1 da Vale.

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Última atualização em 14/09/2021 às 15:23