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Alopecia, doença de Jada Smith, pode ser causada por estresse ou gatilho emocional

28/03/2022 às 14:20
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Jada Pinkett Smith. Na foto há uma mulher sem cabelos. Foto: reprodução/Instagram de Jada Smith
Jada Pinkett Smith. Na foto há uma mulher sem cabelos. Foto: reprodução/Instagram de Jada Smith

O episódio polêmico que ocorreu na cerimônia de entrega do Oscar, na noite do último domingo, 27, chocou o Brasil e o mundo. Um dos maiores atores globais, Will Smith esbofeteou Chris Rock pelo fato de o apresentador do prêmio fazer uma piada com sua esposa, Jada Smith, que sofre da doença autoimune, alopecia. 

A  médica tricologista e dermatologista Luciana Passoni explica que “a alopecia areata é uma doença autoimune, que a gente cria anticorpos que agem contra o nosso folículo piloso, fazendo com que aconteça perda dos fios”. 

As causas podem variar. A doença tem cura, porém o tratamento não é nada fácil e a cura não é definitiva. O estado emocional do paciente é muito importante.

“Pode ser causada por estresse, por um gatilho emocional, a pessoa pode ter uma base genética envolvida, já pessoas na família terem na família alopecia areata. Não é possível evitar Alopecia Areata, mas controlar o emocional pode ajudar”, explicou a Dra. Luciana.

Ainda de acordo com a médica, os sintomas começam “com uma dor no couro até com a perda completa dos fios”. 

Para lutar contra a inflamação, o paciente é submetido a tratamentos com medicamentos fortes, por isso é importante ser assistido por médicos e psicólogos.

“Toda doença inflamatória tem cura, mas não é simples. A gente briga contra essa doença autoimune, quando é circunscrita (tamanho da moeda de um real) fica mais fácil da gente cuidar, geralmente a resposta é muito boa. Para tratar a gente pode usar corticoides, minoxidil, quimioterápicos locais”, finalizou.

Não é contagiosa 

Em um mundo quase pós pandêmico, em que muitas pessoas estão com pedo de contrair alguma doença, é importante salientar que a alopecia não é contagiosa, ou seja, não é transmitida de uma pessoa para outra. 

Luann Lôbo, dermatologista membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e também da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), também contribuiu com este artigo, esclarecendo mais sobre a doença. 

Segundo doutor Luann, a alopecia pode acometer cerca de 2% da população, o que ele define como “doença bastante frequente, de caráter autoimune, e que tem como alvo os folículos pilosos que estão na fase anágena (fase em que nossos cabelos estão em franco crescimento)”.

Além da psicologia, fatores genéticos influenciam para que uma pessoa apresente a inflamação. Veja a explicação do médico:  

“Quando há predisposição genética, a doença pode ser associada a gatilhos ambientais, de fundo psicossomático, como stress e depressão, por exemplo. A perda de cabelos não é acompanhada de cicatriz, ou seja, não se trata de uma perda definitiva. Sua recuperação, porém, pode ser bastante desafiadora”. 

E mais, a alopecia pode acometer pessoas de diversas idades, porém tem um público mais vigente. “Ela tem surgimento, mais frequentemente, antes dos 30 anos e ele é raro após os 50. Porém, pode acometer pacientes de qualquer idade. A perda de cabelos pode ser completamente assintomática, ou ser acompanhada de sensações de coceira ou queimação no local da perda. Há diferentes subtipos clínicos da Alopecia Areata, com perdas variando desde pequenas e circunscritas até extensas, acometendo todo o corpo”, contou. 

Os tratamentos são variados, cabe ao médico, juntamente com o paciente decidir a melhor forma de proceder com a doença. 

O médico explica que “existem diversas formas de abordagem terapêutica, e a escolha pelo melhor esquema de tratamento dependerá do subtipo clínico e das condições gerais de saúde do paciente. O tratamento, portanto, deve ser individualizado e determinado pelo seu médico dermatologista”. 

O tratamento pode trazer uma condição melhor de vida para o paciente. Doutor Luann enfatizou que a doença não é propagativa. É fundamental que as pessoas que sofrem com alopecia sejam vistas de maneira comum. “Por ser uma doença de fundo autoimune, não há cura definitiva, mas há controle. É importante destacar que não se trata de doença contagiosa, encerrou o médico.