Após quase dois meses jogando no meio e no fim de semana, o Cruzeiro de Abel Braga terá a chamada “semana cheia” para se preparar para a próxima partida, que será disputada somente na próxima segunda-feira (18), contra o lanterna Avaí. O tempo livre para trabalhar vem num momento importante, onde o time mineiro conquistou somente três dos últimos nove pontos disputados e precisa, urgentemente, melhorar seu aproveitamento.
Apesar do Cruzeiro ter melhorado seu rendimento e aproveitamento nas mãos de Abel Braga, algumas escolhas do treinador têm sido questionadas nos últimos jogos. A insistência em Fred e Thiago Neves até o final das partidas, as muitas chances a Robinho, a continuidade de Egídio no time titular até sua lesão e as frequentes entradas de jogadores como o ponta Ezequiel em detrimento de jovens talentos da base incomodam o torcedor e prejudicam a equipe dentro de campo.
Há de se levar em conta também que a sequência importante e pesada de jogos pode interferir muito nas escalações do time. É mais difícil o treinador testar e experimentar coisas novas quando a cada três dias se tem uma decisão em um lugar diferente do Brasil. Talvez isso explique a preferência de Abel por manter a base que vem jogando desde o início do ano.
Escolhas questionáveis
O jogador mais criticado do time no momento é o atacante Fred. Poucos gols, a maioria destes de pênalti, zero movimentação, nenhuma entrega e participação nula no jogo fazem o atacante ter sua cadeira cativa no time titular questionada. Inclusive, raramente o jogador é substituído. Sassá só jogou quando o 9 foi suspenso, e ainda assim não aproveitou a chance, sendo expulso. Mas apesar do vacilo do camisa 99, este ainda apresentou mais que o titular da posição nas oportunidades que teve.
Outros atletas que vêm sendo criticados são os meias Robinho e Thiago Neves. Os dois jogadores não vivem grande fase e o primeiro citado, inclusive, foi para o banco de reservas. A questão é que mesmo em péssimo momento, o camisa 19 sempre é escolhido para jogar, seja substituindo um dos titulares ou entrando na segunda etapa. Já o camisa 10 geralmente fica muitos minutos em campo, inclusive quando não está bem, como se tivesse cadeira cativa.
Outra crítica ferrenha é a Egídio, que precisou de se lesionar para sair do time, mesmo tendo vindo de atuações constantemente ruins. Dodô ainda não mostrou a que veio, mas não precisou de fazer muito para se sobressair ao camisa 6.
As substituições de Abel Braga também têm sido questionadas pela torcida do Cruzeiro. A insistência em Ezequiel, jovem meia contratado por Rogério Ceni e que já demonstrou não ter a mínima condição de vestir a camisa celeste, é quase que inexplicável. Enquanto o jogador, que tem como melhor momento na Raposa uma bola na trave quando ele tentou cruzar, recebe diversas oportunidades, atletas da base que se destacaram, como o meia Maurício, que inclusive já fez bons jogos e até gol importante pelo time celeste, passa a ser cada vez menos lembrado. Outros, como o ponta Caio Rosa, convocado para a Seleção Sub-20, nem promovido ao time de cima é.
Tempo para observação
Por isso é de grande importância a “semana cheia”, para que, se o tempo escasso de trabalho for a causa das opções controversas de Abel, ele possa observar novos jogadores, formações e opções. Agora se as escolhas continuarem como estão, será mais forte a suspeita de escalação por nomes e cadeiras cativas, que podem levar o time “para o buraco”.
Cruzeiro 0 x 0 Atlético: assista ao pós-jogo