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Em Contagem (MG), Lula diz que é preciso governar com o coração e pensando no povo

10/05/2022 às 16:02
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Foto: Ricardo Stuckert
Foto: Ricardo Stuckert

Em um discurso na manhã de hoje, 10, em Contagem (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, para governar o país, é preciso pensar no povo trabalhador do Brasil, e não apenas em contabilidade e números. Em seu segundo dia de viagem por Minas Gerais, ele repetiu algo que havia dito no último sábado, durante o lançamento do Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil.

“Como eu disse no lançamento, governar só é possível se você coloca o coração, tem gente que acha que é só pensar em contabilidade, olhando os números da receita e da despesa. Na verdade, temos uma dívida social com 215 milhões de brasileiros que precisam viver com dignidade. Você precisa começar a discutir o orçamento por baixo, porque se você deixar o povo por último, nunca vai sobrar dinheiro pra nada. É preciso pensar no trabalhador pobre para começar a mudar as coisas”, afirmou Lula.

Para o ex-presidente, a partir do momento em que as políticas são pensadas a partir da base da pirâmide social, para depois se dirigir ao topo, a tarefa de melhorar o país se torna mais fácil.

“Por isso digo sempre assim, é muito fácil governar o Brasil, se você coloca o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda. Essa lógica vale para a família, vale para qualquer coisa no mundo, a gente precisa cuidar de quem necessita. A maioria dos governantes brasileiros não gosta do povo pobre, não gosta de trabalhador”, declarou ele.

Segundo Lula, é preciso ter sensibilidade para manter políticas que estão funcionando em prol da população e não destruí-las e empatia para cuidar do povo nas horas de maior necessidade, o oposto do que aconteceu no Brasil durante a pandemia de Covid-19.

“Só se sensibiliza com isso quem tem coração. A gente pode fazer qualquer coisa com a cabeça, mas para governar, se você não tem a dignidade de derramar uma lágrima pelas pessoas que estão com fome, pelas pessoas que estão desempregadas, pelas pessoas que estão morrendo por falta de remédio, se você não sofrer por isso, o mundo está desgraçado. Nós temos um presidente que não chorou uma lágrima por 660 mil brasileiros que morreram de covid, não visitou um hospital, uma UTI”, lembrou ele.

União para resgatar o Brasil

Na abertura do evento, a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), que exerce seu terceiro mandato, contou sobre uma região da cidade que mudou após os governos do PT. Segundo ela, a região de Nova Contagem, onde moram cerca de 70 mil pessoas, não tinha asfalto nem saneamento básico. 

“Lembro da primeira vez que estive lá, observei as crianças indo para a escola com um saquinho plástico no pé. Perguntei para uma mãe, ela disse que não tinha rede de esgoto e aquilo era para o filho não chegar na escola com o pé sujo de esgoto, barro ou pó. Muitas mulheres faziam o mesmo para chegar ao trabalho com o pé limpo. Lá não tinha rua asfaltada, não tinha rede de esgoto. Nós fizemos esgoto, captação e pavimentamos 250 ruas”, relatou.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, falou sobre o lançamento do Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil, no último sábado, e disse que é através dessa união de partidos, movimentos e sindicatos, que o Brasil poderá recuperar a dignidade do povo. Ela também mencionou a importância de iniciar a caminhada rumo à eleição no estado de Minas Gerais.

“Nosso movimento reúne 7 partidos, PT, PC do B, PV, PSB, Rede, Psol e Solidariedade, todos irmanados numa causa, junto com movimentos sindicais, movimentos sociais. Não tinha lugar melhor para começar que Minas Gerais. Darcy Ribeiro dizia que Minas é o nó que ata o Brasil.  Nosso propósito é o de fazer do Brasil uma grande nação com soberania. Tenho certeza que vamos resgatar este país, que ele vai ser de novo do povo brasileiro”, disse ela.

O deputado federal Reginaldo Lopes, líder da bancada do PT na Câmara, falou sobre a importância de resgatar a população brasileira da fome e também fez um apelo para a união em torno da defesa da Serra do Curral, ameaçada por um projeto de mineração aprovado pelo governo estadual de Minas na calada da noite.

“Vamos voltar a tirar o Brasil do Mapa da Fome, garantir investimentos na agricultura familiar, resgatar o Brasil. Quero também contar com todos nessa grande luta que é a proteção da Serra do Curral, que é um patrimônio da grande BH, de Contagem, de Betim. Belo Horizonte, Nova Lima. Ela tem que ser preservada, tem 42 alqueires de Mata Atlântica. A mineração não paga imposto, não gera valor agregado. Basta o crime de Brumadinho, basta o crime de Mariana, não podemos aceitar”, criticou ele.

Fonte: Assessoria de Imprensa do ex-presidente Lula