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Operação do Ministério Público prende 2/3 dos vereadores de Uberlândia

16/12/2019 às 12:30
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4 min

Uma operação do Ministério Público expediu mandados para uma prisão em massa na Câmara de Vereadores de Uberlândia. Nada menos que 18 dos 27 vereadores da cidade foram presos, na manhã de hoje (16). O número representa 2/3 (dois terços) ou 66,6% de todos os parlamentares da cidade localizada no Triângulo Mineiro. A ação policial se dá num processo de investigação de desvio de verbas de gabinete.

Além dos 18 políticos presos hoje, mais dois já estavam sob custódia da polícia (um deles em prisão domiciliar). Ou seja, 20 vereadores foram presos. Além deles, mais outras 20 pessoas, entre funcionários e assessores da Câmara Municipal e donos de gráficas, tiveram a prisão decretada.

Entre os mandados de prisão, há um no nome do presidente da Câmara, Hélio Ferraz, o Baiano (PSDB). Os dois vereadores que já haviam sido pegos na operação são Juliano Modesto (SD), que já estava preso, e Alexandre Nogueira (PSD), que cumpria prisão domiciliar e foi levado para a delegacia. Os três são os únicos entre os investigados que receberam prisão preventiva. Os outros receberam voz de prisão temporária.

Segundo o G1, até por volta de 10h45, 18 vereadores já estavam presos e dois, que não tiveram seus nomes divulgados, ainda não haviam sido localizados. Das outras 20 pessoas alvos dos mandados, 15 já estavam presas às 10h45. Além das ordens de prisão, mas 42 mandados de busca e apreensão, inclusive para a Câmara dos Vereadores, foram expedidos.

Os crimes

Segundo o grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-MG, responsável pela operação denominada “O Poderoso Chefão”, a investigação é sobre desvios de verbas indenizatórias de gabinete da Câmara de Vereadores da cidade. Os desvios estariam sendo feitos por meio de notas fiscais frias de gráficas.

O promotor de justiça responsável pelo caso, Daniel Marotta Martinez, falou ao G1 sobre as evidências dos crimes.

“Tivemos nesses últimos três anos 17,5 milhões de informativos impressos por esses vereadores, que corresponde a 35 informativos por eleitor. Obviamente esse número é irreal, se fizer pesquisa percebemos que muitas pessoas nas ruas não receberam informativos”, disse Daniel.

Daniel Marotta afirmou ainda que, durante a investigação, um dono de gráfica afirmou ter uma empresa de fachada para desvio de vernas indenizatórias. Ele ainda falou sobre outras evidências de que estariam acontecendo crimes.

“De janeiro de 2017 a dezembro de 2019 os vereadores gastaram mais de R$ 4 milhões em serviços de impressões. Constatamos que essas gráficas não tinham capacidade de prestar esse tipo de serviço que estão nas notas. Não se compravam insumos usados. Algumas funcionam, sim, regularmente, mas não compravam material suficiente dos descritos nas notas fiscais. As notas são rigorosamente do mesmo valor para vereadores diferentes”, afirmou o promotor.

Vereadores investigados

Veja abaixo o nome de todos os vereadores investigados na operação:

  • Alexandre Nogueira (PSD)
  • Ceará (PSC)
  • Doca Mastroiano (PL)
  • Dra. Flavia Carvalho (PDT)
  • Dra. Jussara (PSB)
  • Felipe Felps (PSB)
  • Hélio Ferraz, Baiano (PSDB) – Presidente da Câmara
  • Isac Cruz (Republicanos)
  • Juliano Modesto (SD)
  • Marcio Nobre (PSD)
  • Pâmela Volp (PP)
  • Paulo César PC (SD)
  • Ricardo Santos (PP)
  • Rodi (PL)
  • Roger Dantas (Patriota)
  • Ronaldo Alves (PSC)
  • Silésio Miranda (PT)
  • Vico (Sem Partido)
  • Vilmar Resende (PSB)
  • Wender Marques (PSB)

Veja também: 35 pessoas são presas em operação policial na região do Triângulo Mineiro

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