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Água consumida em bairro de Betim pode estar contaminada por rejeitos da barragem de Brumadinho

19/11/2019 às 13:00
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Moradores do bairro Citrolândia, em Betim, podem estar consumindo água contaminada por resíduos da barragem da Vale em Brumadinho, que se rompeu no início deste ano. Isso porque o abastecimento de água da região é proveniente do sistema de captação do Rio Paraopeba, que foi extremamente impactado pelo rompimento. Com isso, a qualidade da água pode estar comprometida.

As primeiras suspeitas de contaminação da água do bairro se deram quando os moradores começaram a relatar uma mudança no gosto desta, logo após a tragédia na mina Córrego do Feijão. Vale lembrar que para que a água esteja própria para consumo humano, ela não deve possuir cor, cheiro ou sabor.

O que fez a Vale

Uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em março de 2019, mostrou que a Vale visitou os moradores e recomendava que eles consumissem a água, mesmo sem garantias de que ela estava própria para a ingestão. Na ocasião, a defensora pública estadual, Carolina Morishita Ferreira, relatou que “as pessoas em sua simplicidade, falavam para o funcionário (da Vale) beber a água, para ele ver como o gosto estava estranho”.

Na ocasião, representantes das Defensorias Públicas Federal e Estadual, do Ministério Público Federal (MPF) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) acusaram a Vale de procrastinar o pagamento de auxílios mensais aos atingidos e de iludir os moradores, fazendo-os consumir uma água com chances de estar contaminada.

Para debater o tema, a Comissão de Direitos Humanos da ALMG fará uma audiência pública nesta terça-feira (19), a pedido da deputada Beatriz Cerqueira (PT). A reunião será realizada no Salão Santa Virgínia, à Rua Miguel Pereira, 110, Bairro Colônia Santa Isabel, em Betim. Segundo a Assembleia, outras duas audiências da comissão, nesta semana, também vão tratar dos impactos do rompimento da barragem.