A paralisação em defesa da educação aconteceu hoje (15), em diversas cidades pelo país. A greve teve adesão nacional e foi gesticulada após o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Educação Abraham Weintraub anunciarem um corte de 30% nas verbas das universidades e institutos federais do país.
Ouro Preto é a sede da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), que também tem campus em Mariana e João Monlevade. Além da universidade, a cidade ainda comporta outra instituição federal, o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).
Dessa forma, a cidade e os mais de 14 mil alunos matriculados nos mais de 43 cursos oferecidos de forma gratuita pela Ufop e IFMG sofrem diretamente com os cortes feitos pelo governo.
Ato de protesto
Portanto, professores, estudantes e entidades ligadas à educação, saíram às ruas da cidade histórica para reivindicar seus direitos a uma educação de qualidade. O ato começou às 14h, e fez o trajeto do campus da UFOP, até a Praça Tiradentes, passando pelo campus do IFMG.
Presidente da Associação dos Servidores da Ufop (Assufop), Sérgio Neves defende que a educação é um patrimônio da população brasileira e não pode ser destruída por causa do pensamento de um governo. “A educação tem que ser respeitada, as instituições públicas, a Ufop, o IFMG e as outras instituições de educação do município e do estado tem que ser valorizada, a greve é importante para chamar a atenção de que nós queremos respeito e valorização das instituições”.
Ataque as universidades
Além dos cortes, os manifestantes também protestam contra as declarações que têm sido feitas contra as instituições de ensino do país. Como as do ministro Abraham, que justificou a redução de verbas afirmando que as universidades promovem “balbúrdias”.
Segundo Sérgio Neves, a Assufop tem se mobilizado para tentar combater esse tipo de pensamento. “A Assufop, Adufop, DCE, e outros sindicatos aqui da região vêm organizando eventos debates, encontros e congressos como esse aqui chamando a população para vir discutir e entender o que a universidade faz e a importância dela e do IFMG pra cidade”.
O Presidente da Adufop, André Mayer, vê as manifestações como um recado duro contra as retaliações que o governo tem feito contra a educação e também em outras áreas, como a reforma da previdência.
Sara é estudante do IFMG e para ela a paralisação é uma reação ao autoritarismo do governo: “um cara ta lá no poder e vem dizer pra mim que a educação vai acabar ? Eu vou dizer para ele que não, ela não vai acabar”. Ela ainda conclui dizendo que todos que estavam presentes no ato acredita que a educação vai mudar o mundo. “Ela é transformadora, só ela vai modificar o país”.
Paralisação em Mariana
Mariana abriga o Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) e o Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS). Alunos, professores dos campis e da rede pública também aderiram a paralisação e lotaram as ruas da cidade.
Com cartazes, apitos e palavras de ordem, os manifestantes se concentraram às 15h no ICSA e em seguida caminharam pelo centro histórico de Mariana. Em alguns pontos, o trânsito chegou a ser paralisado, durante o ato, os manifestantes sentaram no chão e de forma pacífica impediram que ônibus, carros e motos circulassem.
* Reportagem de Karina Peres sob supervisão de Maic Costa.