Há mais de cinco séculos, uma expedição de treze navios portugueses deixou Lisboa para as Índias Orientais. Após cerca de 45 dias, em 22 de abril de 1500, a expedição portuguesa comandada pelo navegador Pedro Álvares Cabral se aproximou de uma terra que foi chamada de Ilha de Vera Cruz, terras que hoje compõem o território do Brasil. A escolha desse nome definitivo é originária do Pau-Brasil, primeiro recurso natural explorado pelos portugueses.
Esta aventura marítima foi o ponto de partida da colonização do Brasil, iniciada em 1530 por Portugal. Um sistema administrativo chamado “capitanias hereditárias” implementado pela Coroa Portuguesa tinha como objetivo distribuir as porções de terra no território e nomear “donatários” os responsáveis pelo desenvolvimento e defesa destas terras em nome do Reino de Portugal.
Nos primeiros anos após a descoberta do Brasil, os índios foram tratados como “parceiros comerciais” no comércio criado para a exploração do Pau-Brasil. Então, devido ao desenvolvimento do cultivo da cana-de-açúcar no atual estado de Pernambuco, os portugueses precisaram de mão de obra e a escravidão dos índios aumentou, gerando assim uma situação de conflito.
As primeiras expansões do território partiram das Capitanias de São Vicente, Pernambuco e Bahia. O objetivo dessas expedições, era essencialmente a busca de minerais e a captura de escravos indígenas. Essas expedições foram lideradas pelos “Bandeirantes”, também chamados de “caçadores de índios”. Numerosas batalhas travadas pelos índios contra os bandeirantes não impediram sua captura.
Considerando a existência prévia dos povos indígenas no território brasileiro, Pedro Álvares Cabral descobriu ou redescobriu o Brasil?
Leia um trecho do que diz a Carta de Pero Vaz de Caminha, documento onde Pero Vaz de Caminha registrou as suas primeiras impressões sobre o Brasil:
“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim nos corpos, como nas pernas, que, certo, pareciam bem assim. Também andavam, entre eles, quatro ou cinco mulheres moças, nuas como eles, que não pareciam mal. Entre elas andava uma com uma coxa, do joelho até o quadril, e a nádega, toda tinta daquela tintura preta; e o resto, tudo da sua própria cor. Outra trazia ambos os joelhos, com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas e com tanta inocência descobertas, que nisso não havia nenhuma vergonha. Também andava aí outra mulher moça com um menino ou menina ao colo, atado com um pano (não sei de quê) aos peitos, de modo que apenas as perninhas lhe apareciam. Mas as pernas da mãe e o resto não traziam pano algum”.
Se você quiser ler a carta completa, a Biblioteca Nacional disponibiliza um PDF com a íntegra do documento. Acesse aqui.