A comunidade de Monsenhor Horta, distrito de Mariana (MG), recebeu no sábado (19 de julho) a antiga Estação Ferroviária totalmente restaurada. O imóvel, inaugurado em 1923 e desativado desde a década de 1980, é considerado um importante patrimônio histórico e cultural do município.

A obra de restauro foi executada pela Samarco, sob supervisão da Prefeitura de Mariana e acompanhamento técnico do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (COMPAT), em atendimento ao Acordo de Reparação da Bacia do Rio Doce, também conhecido como Novo Acordo Rio Doce.

O projeto contemplou intervenções que equilibram a preservação da arquitetura original com as exigências de uso público contemporâneo. Entre as melhorias realizadas estão a recuperação integral do telhado, substituição dos pisos, renovação das redes elétrica e hidrossanitária, instalação de sistema de combate a incêndio e estrutura de conectividade. O espaço também recebeu banheiros adaptados, rampas de acesso e infraestrutura para câmeras de monitoramento.
A área externa foi revitalizada com paisagismo, bancos e gramado, criando um espaço voltado ao convívio da comunidade. Segundo a coordenadora de relacionamento institucional da Samarco, Aparecida Ferreira, a obra representa um marco na política de reparação cultural e histórica. “A revitalização da estação reafirma o compromisso com a preservação do patrimônio histórico e com a reparação cultural e social da Bacia do Rio Doce, unindo memória, identidade e novas possibilidades de futuro para a população do distrito”, afirmou.
A entrega do espaço foi marcada por uma programação cultural que incluiu a apresentação do Grupo de Dança Tradicional da Fita e do Circo Volante. A escolha da programação reforça o objetivo de reintegrar a estação à vida comunitária como um equipamento de uso coletivo, não apenas como símbolo do passado, mas também como ponto de encontro, lazer e expressão cultural.
A Estação de Monsenhor Horta foi uma das paradas do ramal Ponte Nova da Estrada de Ferro Central do Brasil. Durante décadas, o trecho conectava Mariana a Miguel Burnier, desempenhando papel estratégico no transporte de passageiros e no escoamento de mercadorias em uma época em que o modal ferroviário era o principal elo entre diversas regiões de Minas Gerais. Com a desativação das ferrovias no estado a partir da década de 1980, a estação entrou em desuso, mas continuou a representar um marco da história econômica e social local.
Ao devolver esse patrimônio à população em condições de uso e fruição, o restauro amplia o acesso à memória coletiva e reafirma a importância de iniciativas de reparação que não se limitem a aspectos ambientais, mas também envolvam bens culturais e comunitários. A estação volta agora a ocupar um lugar simbólico e funcional na paisagem urbana do distrito de Monsenhor Horta, unindo passado e presente na construção de novos sentidos de pertencimento.
Fonte: Prefeitura de Mariana e Mais Minas
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