O trem turístico entre Ouro Preto e Mariana, operado pela Vale e que ligava duas das mais importantes cidades históricas de Minas Gerais, está parado desde agosto de 2020, quando a pandemia de Covid-19 interrompeu as viagens. Este mês marca cinco anos sem operação.
A reportagem do portal iG mostrou que prefeitos das duas cidades e a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), proprietária dos vagões, pressionam a mineradora pela retomada das atividades. Segundo eles, o retorno é fundamental para fortalecer o turismo regional.
O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, declarou que, em contatos recentes com a empresa, ouviu que a previsão de reativação seria apenas para 2027.
“As prefeituras de Mariana e Ouro Preto estão prontas para contribuírem para a retomada do trem”, afirmou.
Ele acrescentou que a Vale vem adiando o início da recuperação da linha férrea que liga as duas cidades. O presidente da empresa, Gustavo Pimentel, deve se reunir com os prefeitos, mas a data ainda não foi definida.
A ABPF também critica a demora. O diretor da entidade, Bruno Crivelari Sanches, disse que nenhuma previsão concreta foi repassada pela Vale.
“Não há justificativa para essa demora”, afirmou.
A associação alerta ainda para o risco de deterioração da locomotiva e dos vagões, cujo interior é de madeira e preserva o desenho original dos trens históricos.
Passeio histórico e paisagens de Minas
O trem ligava Ouro Preto a Mariana por um trajeto de 18 quilômetros. A viagem, com duração de cerca de uma hora, passava por túneis, vales, cachoeiras e paredões de pedra. As estações de ambas as cidades haviam sido revitalizadas antes da paralisação.
A composição conta com cinco vagões convencionais, com 240 assentos, e um vagão panorâmico, com 52 poltronas e janelas amplas, permitindo vista completa das paisagens mineiras.
A ABPF, que administra outros dez projetos de trens turísticos no Brasil, lembra que a rota entre Ouro Preto e Mariana não é apenas um atrativo para visitantes, mas também um instrumento de preservação da história ferroviária.
O iG Turismo informou que entrou em contato com a Vale para perguntar sobre a data de retorno, condições dos trilhos e do material rodante, além do custo de manutenção até 2020. Até o fechamento da matéria, não houve resposta.
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