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Pedágio entre Ouro Preto e Belo Horizonte deve custar R$ 11,16, somando duas tarifas eletrônicas na BR-356

Rodolpho Bohrer
Pedágio entre Ouro Preto e Belo Horizonte deve custar R$ 11,16, somando duas tarifas eletrônicas na BR-356
Pedágio de R$ 11,16 será dividido em duas tarifas de R$ 5,58 — Crédito: imagem ilustrativa gerada por IA

O trajeto entre Ouro Preto e Belo Horizonte deverá ter um pedágio total de R$ 11,16 para carros de passeio. O valor resulta da soma de duas tarifas de R$ 5,58 cada, previstas em pórticos eletrônicos que serão instalados ao longo da BR-356, entre os municípios de Itabirito e Ouro Preto.

A cobrança será feita por meio do sistema Free Flow, que não utiliza praças físicas e faz a leitura automática das placas ou TAGs eletrônicos. O sistema identifica o veículo ao passar pelos pórticos e emite a cobrança posteriormente, eliminando a necessidade de paradas.

De acordo com o edital, as tarifas só começarão a ser aplicadas após a execução das primeiras obras de duplicação e revitalização do pavimento.

Concessão e valor do contrato

O valor do pedágio faz parte do Lote Rodoviário Ouro Preto–Mariana, batizado de Via Liberdade, concedido pelo Governo de Minas Gerais à iniciativa privada. O leilão ocorreu em 18 de setembro, na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo, e foi vencido pelo Consórcio Rota da Liberdade.

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O grupo apresentou proposta de R$ 1,7 bilhão, com deságio de 13,2% em relação ao limite máximo definido pelo edital. A concessão terá duração de 30 anos e abrange 190,1 quilômetros de estradas, incluindo trechos da BR-356, MG-262 e MG-329.

Investimentos e obras previstas

O contrato prevê investimentos estimados em R$ 5 bilhões, sendo R$ 2 bilhões provenientes do Novo Acordo de Mariana, firmado em 2024 entre a União, governos estaduais, Ministérios Públicos e mineradoras envolvidas no desastre de Fundão.

Entre as obras previstas estão:

  • Duplicação completa da BR-356 até Mariana;
  • Construção de 78,7 km de duplicações e 40,6 km de terceiras faixas;
  • Contorno Viário de Cachoeira do Campo, com 7,3 km;
  • Readequação de acostamentos e áreas de escape;
  • Ponto de parada e descanso em Amarantina;
  • Implantação de um Centro de Controle Operacional e três bases de serviços.

Cobrança após entrega das obras

O contrato determina que a cobrança só poderá começar após a entrega das primeiras melhorias na rodovia, incluindo recapeamento, sinalização e duplicações parciais.

Além do pedágio, os motoristas contarão com serviços de assistência 24 horas, como atendimento médico em até 30 minutos e apoio mecânico em até 1h30.

Descontos para usuários frequentes

Assim como em outras concessões mineiras, o sistema Free Flow permitirá descontos progressivos para motoristas que utilizam a rodovia com frequência. O Desconto de Usuário Frequente (DUF) poderá reduzir o valor do pedágio em até 95% após o 20º uso no mesmo mês, enquanto o Desconto Básico de TAG (DBT) oferece abatimento inicial de cerca de 5% para veículos com adesivo eletrônico ativo.

Com essas reduções, o custo total pode cair de R$ 11,16 para valores inferiores a R$ 1 por viagem, dependendo da frequência de uso.

Acidentes e contexto da concessão

A BR-356 registrou 646 acidentes entre janeiro e agosto de 2025, aumento de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior. O governo estadual aponta que as obras de duplicação e a criação de áreas de escape são medidas necessárias para reduzir os índices de acidentes e melhorar a mobilidade entre as regiões central e metropolitana de Minas Gerais.

O governador Romeu Zema classificou a concessão como parte do esforço de reparação e modernização da infraestrutura rodoviária:

“É uma região com enorme potencial turístico, que agora recebe investimentos oriundos do Acordo de Mariana, com benefícios diretos para os mineiros”, afirmou.

O vice-governador Mateus Simões destacou a economia de R$ 250 milhões gerada pelo leilão, enquanto o secretário de Infraestrutura, Pedro Bruno, ressaltou que o contrato é o primeiro a ser fiscalizado pela nova Agência Reguladora de Transportes de Minas Gerais (Artemig).

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Diretor geral, graduando de jornalismo e redator de cidades e política.