Minas Gerais vive era de ouro no turismo com recordes históricos, reconhecimento internacional e visitas que reafirmam seu lugar no mapa cultural do mundo
Dados da PNAD 2024, premiações globais e o aumento de visitantes internacionais consolidam o estado como um dos destinos mais desejados do Brasil e do exterior
Minas Gerais une memória, gastronomia e inovação e vive auge turístico reconhecido no Brasil e no exterior
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Minas Gerais atravessa um momento raro, desses que moldam não apenas estatísticas, mas a própria percepção de um lugar no mundo. Os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) de 2024, divulgados pelo IBGE, revelam que o estado consolidou-se como o segundo destino de viagens mais procurado do país. Não se trata apenas de um movimento turístico; é a confirmação de uma identidade que, ano após ano, expande suas fronteiras simbólicas, culturais e afetivas.
Segundo o levantamento, as despesas com viagens nacionais cresceram 11,7% em relação ao ano anterior. Apesar da estabilidade no número de deslocamentos, os brasileiros passaram a investir mais em experiências e encontram em Minas um terreno fértil. Entre montanhas, igrejas, cozinhas ancestrais e cidades que preservam a memória como quem cuida de um legado vivo, a busca por vivências de maior valor agregado se torna quase natural.
Cordisburgo está localizado na região centro-norte do Estado de Minas Gerais
A pesquisa também aponta um salto de 24,4% no interesse por turismo cultural e gastronômico. É o único segmento que, ao longo de toda a série histórica, cresce sem interrupções. E quando se fala em cultura e gastronomia, Minas já não é apenas um destino: é uma referência. Da força dos festivais ao brilho da mesa mineira, da música às tradições barrocas, o estado se transformou em um mosaico que atrai viajantes em busca de profundidade e sentido.
Essa busca por experiências mais densas também ajudou a impulsionar novos comportamentos no transporte. Quase 15% das viagens nacionais em 2024 foram realizadas de avião, um crescimento de 40% desde 2020. A estatística reforça o movimento de expansão geográfica, e emocional, de quem escolhe Minas como destino.
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A secretária de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Bárbara Botega, resume esse momento de forma objetiva:
“Minas Gerais tem se consolidado como um destino de destaque nacional, e os resultados da PNAD 2024 demonstram a força do nosso turismo. Nossos atrativos unem história, cultura, gastronomia e natureza, proporcionando experiências únicas aos visitantes.”
A cidade de Ouro Preto é um dos destinos mais cobiçados pelos turistas
Reconhecimento que atravessa fronteiras
O impulso registrado pela PNAD encontra eco na atenção internacional. A revista Condé Nast Traveler, uma das publicações mais influentes no mundo das viagens, escolheu Minas Gerais como um dos melhores destinos globais para visitar em 2026. Na lista, o estado aparece ao lado de celebridades turísticas internacionais, mas por motivos que lhe são próprios: a combinação entre tradição, modernidade e uma hospitalidade difícil de traduzir em palavras.
A revista descreve Minas como um “tesouro subestimado”, celebrando não apenas o patrimônio histórico, mas a experiência humana que o define. Um estado onde a cultura não está apenas nos museus ou nos monumentos, mas também no gesto, na comida, na rua, na conversa. É um território em que a memória se manifesta não como passado, mas como presença.
O reconhecimento internacional chega em um momento em que Minas registra o melhor desempenho turístico desde o início da série histórica do Observatório do Turismo, em 2018. Entre outubro e dezembro de 2025, as reservas internacionais cresceram 74%, segundo dados da plataforma Amadeus-ForwardKeys. Uma estatística que confirma aquilo que já era percebido nas ruas: o mundo descobriu Minas.
Patrimônio vivo, inovação e território plural
A reportagem da Condé Nast destaca um ponto crucial: Minas não se apoia apenas no seu patrimônio, mas na forma como cuida dele. Nos últimos anos, o estado investiu em rotas culturais descentralizadas, programas de fomento ao interior e ações integradas entre o setor público e privado. O resultado é um modelo de turismo que, mais do que movimentar a economia, fortalece comunidades e preserva identidades.
Dessa sensibilidade surgem experiências que se transformam em vivências afetivas. Ouro Preto e Tiradentes, com suas ladeiras que misturam silêncio e história; Diamantina, onde o tempo parece repousar sob o brilho das pedras antigas; o pôr do sol sobre o chamado Mar de Minas, onde água e montanha se encontram como se fossem a mesma matéria.
Em Belo Horizonte, o título de Cidade Criativa da Gastronomia concedido pela UNESCO consolidou a mesa mineira como um patrimônio vivo. Já o Queijo Minas Artesanal, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, reafirma que tradição e sustentabilidade podem caminhar juntas.
A realeza no barroco
Rei da Suécia em Ouro Preto — Crédito: Peterson Bruschi
O casal visitou o adro da Igreja de São Francisco de Assis, conheceu o trabalho do artesão Luis Miranda, famoso por suas pinturas feitas com os dedos sobre azulejos, e explorou pontos como a Basílica do Pilar e a tradicional Feira de Pedra-Sabão.
O prefeito Angelo Oswaldo destacou o valor simbólico da visita: “Ouro Preto reafirma sua posição no mapa cultural do mundo ao receber visitantes que reconhecem sua importância histórica.”
A chegada dos monarcas coincidiu com o mês em homenagem a Aleijadinho, reforçando o elo entre preservação, identidade e memória.
Minas em movimento
O estado vive, ao mesmo tempo, um ciclo de valorização nacional e internacional. Os dados da PNAD explicam parte dessa trajetória; a reportagem da Condé Nast revela outra camada; e a presença da realeza sueca acrescenta um elemento simbólico poderoso: Minas é um destino que fala ao mundo.
Com cidades como Ouro Preto, Mariana, Tiradentes e Diamantina atuando como vitrines culturais, Minas Gerais se consolida como um território onde passado, presente e futuro caminham lado a lado, e onde cada visitante, seja turista brasileiro, estrangeiro ou monarca europeu, encontra uma forma singular de pertencimento.