Criada por Virgílio Augusto Alves, em 1972, e acompanhada pelos seus três irmãos, a Bandalheira Folclórica Ouro-pretana tem muita história para contar. Neste ano o bloco completou 50 anos. A comemoração que aconteceu no período do carnaval se estende ao longo do ano, chegando no Aniversário de 311 anos de Ouro Preto com um cortejo especial e rememorativo.
O último desfile do bloco durante um carnaval aconteceu em 2020, ocasião em que o bloco completou 48 anos de existência. O desfile, que fará parte da programação o aniversário da cidade, tem dupla comemoração, além do aniversário, marca o retorno da Bandalheira às ruas de Ouro Preto, de maneira aberta e com a participação popular.
“Depois de tanto tempo sem podermos nos encontrar, vamos fazer um desfile comemorando os 50 anos da Bandalheira, os 311 anos de Ouro Preto e o 60º aniversário de coroação pontifícia da imagem da padroeira de Ouro Preto, N. Senhora do Pilar”, publicou Pedro Alves, presidente do bloco.
A Bandalheira Folclórica Ouro-pretana
Para quem não conhece, durante sua passagem, a Bandalheira Folclórica chama muito a atenção do público. Os músicos que participam se vestem todos iguais, de calça preta, camisa social, um penico na cabeça, um cinto que passando por cima da camisa prende um rolo de papel higiênico e sapato ou mesmo bota preta.
Formando uma faixa branca no meio da multidão, o bloco passa marchando e ligeiro, seus integrantes incorporam um personagem mais sério, quase que parecendo bravos, mas não passa de uma brincadeira.
O grupo se reúne tradicionalmente na rua Cônego Simões, mais precisamente na Ponte Seca, que fica no bairro Rosário. Dali em diante saem para enfrentar a maratona que é subir e descer as ladeiras do centro histórico tocando e marchando.
Em 2020, Alcindo Alves Filho, irmão de Virgílio, o fundador do bloco, era presidente. Em entrevista ao Mais Minas, ele disse que estava prestes a passar o “bastão” para o filho, “A minha gestão já está vencida, agora nós vamos fazer uma eleição para colocar o Pedro como presidente pra não sair da família, porque ele está tomando a frente em tudo, ele cuida da parte da internet e tá sempre fazendo tudo e me auxiliando, aliás, ele está fazendo mais do que eu hoje”.
A gestão da Bandalheira agora está com o jovem Pedro Alvez, Pinduka. Ele que cresceu assistindo a família promovendo o bloco, agora tem a oportunidade de colaborar com os seus conhecimentos.
Assim como a cidade, a Bandalheira é antagônica, pois, ao mesmo tempo em que homenageia, é também uma sátira às bandas militares e civis, afinal, a agremiação foi criada no meio da Ditadura Militar, que aconteceu entre 1 de abril de 1964 e 15 de março de 1985.
Segundo um relato de Alcindo ao Mais Minas, a sátira nunca incomodou a classe policial, com exceção de quando o bloco decidiu escrever no pinico branco a sigla BOP, que significa Bloco Bandalheira de Ouro Preto. Na ocasião, um capitão da polícia da época pediu que o nome (que foi colocado em fita isolante) fosse retirado, pois o B de Bandalheira poderia ser confundido com B de Batalhão. Prontamente Virgílio, Alcindo, seus irmãos e toda a bandalheira retiraram os dizeres e o bloco seguiu.
Já é tradição também que a Bandalheira realize trabalhos sociais. No último ano alguns músicos tocaram no Lar São Vicente de Paula. Em 2020, eles se apresentaram juntamente com a Sociedade Musical Senhor Bom Jesus.
Bandalheira Folclórica Ouro-pretana no Aniversário de 311 anos de Ouro Preto
Dia: 09/07 (sábado)
Horário: concentração às 13h30, saída às 14h30