Análise: Cruzeiro vence e convence na estreia de Rogério Ceni

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A estreia de Rogério Ceni como treinador do Cruzeiro foi com o pé direito. A equipe celeste venceu o Santos por 2 a 0, quebrou a incômoda sequência de 19 jogos e uma só vitória, ficando onze partidas sem vencer no Brasileirão, e ainda saiu da zona de rebaixamento do Brasileirão.

Diante de um Mineirão cheio, o time celeste entrou modificado em campo. Primeiro, o zagueiro Léo foi poupado por desgaste muscular, sendo substituído por Fabrício Bruno. No meio, Ariel Cabral perdeu sua vaga, com Dodô, isso mesmo, o lateral esquerdo assumindo a vaga. Segundo Rogério Ceni, ao ver Cruzeiro e Avaí, ele percebeu que Dodô tinha as características necessária para ser um bom volante. E assim se fez. Enquanto jogou no meio, antes de Egídio ser sacado, o antigo lateral foi muito bem.

Outra modificação foi no setor ofensivo. O meia Robinho começou a partida no banco, dando espaço para David. O resto do ataque titular foi formado por Marquinhos Gabriel, Thiago Neves e Pedro Rocha, de falso 9.

Os números do Cruzeiro na partida impressionam. Foram 21 finalizações, dez no gol, contra três do Santos, com duas no gol. A posse de bola celeste ficou  em 67%. Foram 575 passes trocados, com precisão de 92%. O Peixe trocou 296, com precisão de 84%. Tendo a Raposa cometido 16 faltas, contra sete santistas, fica evidente a intensidade colocada na marcação. Essa é a cara de Rogério Ceni.

Expulsão

Apesar do excelente desempenho celeste em campo, o jogo apresentou uma circunstância totalmente diferente com a expulsão do zagueiro santista Gustavo Henrique, ainda no início do jogo. Não se sabe se a postura do dois times seria diferente com um onze contra onze. Por isso é importante ter calma, num primeiro momento.

Logo no primeiro minuto de jogo David deu bela arrancada e fez lindo lançamento para Pedro Rocha. O camisa 32 ganhou de Gustavo Henrique no corpo e, quando se ajeitava para bater, foi derrubado pelo zagueiro santista. O árbitro Anderson Daronco mandou o lance seguir, mas logo foi chamado pelo VAR. Após consulta no monitor, Daronco entendeu que por ser o último homem e pelo carrinho por trás, Gustavo merecia o vermelho.

Apenas três minutos de jogo e o Santos, que já havia entrado em campo sem lateral direito, ficou sem um de seus zagueiros. Na sequência, Jorge Sampaoli quis ser ousado e sacou o meia Evandro, que havia começado na lateral, colocando Pará, esse sim lateral de ofício. Mas a mudança não deu certo e, com um a menos, tendo apenas um zagueiro e fora de casa, o Santos foi engolido por um superofensivo Cruzeiro.

E após as mudanças de Sampaoli, Ceni foi inteligente ao perceber a fragilidade defensiva do Santos, sacando Egídio, ainda aos 24 minutos do primeiro tempo, voltando Dodô para a lateral esquerda e colocando Fred na partida. Com um volante apenas e cinco jogadores ofensivos, sem contar com o “quase ponta” Orejuela, o Cruzeiro se impôs ofensivamente e passou a atormentar o Peixe.

Análise: Cruzeiro vence e convence na estreia de Rogério Ceni

Torcida celeste saiu do Mineirão feliz da vida após reencontro com as vitórias – Crédito da foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Fred desencanta

O Cruzeiro pressionava muito e o Santos contava com noite inspirada de Éverson para não levar o primeiro gol. O goleiro fez milagres em chutes de Dodô e Thiago Neves, que mandou ainda a bola no travessão, além de mostrar segurança em outros.

Amassando o Santos, o Cruzeiro precisava apenas de um especialista na arte de botar a bola nas redes para abrir a porteira. Por isso precisava de Fred. Após viver a maior jejum de gols na carreira, o camisa 9 conseguiu enfim tirar a “zica”. Após rápida troca de passes frente a área santista, o centroavante recebeu lindo passe de Thiago Neves, aos 43 da primeira etapa, protegeu com o corpo e finalizou sem chances de defesa para o paredão Éverson. Lindo gol, que rendeu muita vibração de Fred e também o tradicional gesto de “sai zica”.

Thiago Neves faz o dele

Enquanto o Cruzeiro acumulava chances, o Santos não passava do meio de campo. O time paulista teve apenas uma chance de gol em todo o primeiro tempo. Uma falta distante que Carlos Sanchez bateu e obrigou Fábio a espalmar para escanteio. O time celeste, por sua vez, não parava de chutar. Thiago Neves, com bastante liberdade para bater de longe, arriscava muito, obrigando Éverson a trabalhar e mandando, inclusive, uma bola no travessão.

E água mole em pedra dura tanto bate até que fura. No primeiro minuto da etapa final, Fred fez bonito pivô e rolou para Thiago Neves bater firme, no canto. Essa nem Éverson pegaria. Segundo do Cruzeiro e muita vibração do camisa 10 celeste, que fez questão de abraçar Rogério Ceni.

Análise: Cruzeiro vence e convence na estreia de Rogério Ceni

Thiago Neves e Fred se destacaram com um gol e uma assistência, cada – Crédito da foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Postura

Mesmo com a expulsão sendo um ponto fora da curva, a mudança de postura do Cruzeiro foi evidente. O time celeste atacou sem parar, inclusive no lance da expulsão, onde, já no primeiro minuto, Pedro Rocha ficaria cara a cara com o goleiro. Mesmo vencendo o time buscou o gol até o final da partida.

O torcedor, já acostumado a ver o time fazer um gol e se retrair, viu um Cruzeiro totalmente diferente. Outro fator curioso é que, com Mano Menezes, o time celeste sempre apresentava dificuldades quando tinha um jogador a mais. Isso porque o adversário se fechava e aquela equipe não conseguia pressionar e nem abrir espaços.

Resta saber como será daqui pra frente. Mas a próxima partida, contra o CSA, mesmo fora de casa, é uma boa chance pra vermos se o time celeste continuará com essa postura ou se foi algo circunstancial. Bom, tudo indica que o Cruzeiro agora é outro. Ontem voltou a dar gosto de ver a Raposa jogar.

Reação da torcida

Após a vitória, os torcedores celestes foram para as redes sociais comentar sobre o novo Cruzeiro que se desenha. O resultado rendeu, também, muitos memes. Veja:

https://twitter.com/henricrarei1/status/1163258322457436160

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