No primeiro confronto entre Atlético x Cruzeiro da história da Arena MRV, a expectativa eram as melhores possíveis. Para os atleticanos, a oportunidade de empurrar o Cruzeiro de vez para a briga contra o descenso e para os cruzeirenses, a chance perfeita para fazer história vencendo o primeiro clássico na nova arena atleticana.
O favoritismo era todo do Galo, afinal, vinha de vitória fora de casa diante do Palmeiras. Enquanto o Cruzeiro, que não vencia há 4 rodadas, estava cada vez mais próximo da zona de rebaixamento.
A partida
Logo nos primeiros segundos de jogo, o Cruzeiro surpreendeu o sistema defensivo do Atlético com uma finalização no travessão. Após drible espetacular de Bruno Rodrigues em cima de Bruno Fuchs, o atacante do Cruzeiro cruzou para a área e William, que chegou como elemento surpresa, finalizou no travessão.
Após o susto inicial, o Atlético tentou propor o jogo e finalizou em algumas oportunidades, como na falta de Hulk. Rafael Cabral, que falhou ao tentar encaixar a bola, fez grande defesa no rebote.
O primeiro tempo foi bastante equilibrado, com boas oportunidades de gol criadas pelas duas equipes. Mas durante boa parte do jogo, foi o Cruzeiro quem dominou o meio-campo, colocando a bola no chão e trocando passes em busca de jogadas de perigo no ataque.
Kaiki e Lucas Silva foram os grandes nomes da primeira etapa. O lateral, que substituiu Marlon, se mostrou muito seguro na defesa e em vários momentos apareceu no setor ofensivo proporcionando jogadas de perigo à meta de Éverson.
Já Lucas Silva, foi o verdadeiro maestro da equipe, orientando o setor ofensivo e sendo o elo entre defesa e ataque, criando espaço e se oferecendo para o jogo durante todo o tempo em que esteve em campo.
Erros de Felipão
Apesar de tentar controlar a partida, o alvinegro não conseguiu em nenhum momento demonstrar o seu favoritismo. O time de Felipão começou muito apático foi sendo empurrado para dentro de seu campo defensivo no decorrer do jogo. No ínicio da segunda etapa, o treinador realizou 2 alterações: Battaglia entrou no lugar de Alan Franco e Jemerson substituiu o amarelado Bruno Fuchs.
Com as alterações, o Galo precisou mudar um pouco o posicionamento dentro de campo. Maurício Lemos, que atuou o primeiro tempo no lado esquerdo da zaga, foi para o lado direito e Jemerson entrou como zagueiro esquerdo.
No meio-campo, Otávio e Battaglia voltaram a reeditar a dupla que atuou muito bem em vários confrontos no campeonato. Acontece que, com o decorrer da partida, e o domínio cruzeirense no setor, Luiz Felipe Scolari resolveu mudar mais uma vez: Desta vez, pensando em preencher o setor ofensivo que, até o momento, estava muito apagado na partida.
Enquanto Kardec se aquecia para entrar, o questionamento era quem saíria para sua entrada. Paulinho? Hulk? Não, Battaglia. Sim, o volante que estava fazendo uma boa partida impedindo Lucas Silva de iniciar as jogadas com a liberdade que vinha tendo na primeira etapa, foi o escolhido para sair.
Ao todo, o argentino ficou somente 37 minutos em campo, enquanto Otávio, mesmo desgastado, permaneceu.
Com isso, o Cruzeiro que já tinha renovado o fôlego no setor, com a entrada de Nikão e posteriormente, Mateus Vital, conseguiu se sobressair na reta final do jogo.
O gol
Após falta sofrida na intermediária, Nikão cobrou rápido e achou William aberto na ponta direita. O lateral que também foi destaque na partida, levantou a cabeça e cruzou à meia-altura procurando Bruno Rodrigues, que estava no miolo da área esperando a finalização.
No meio do caminho, estava o zagueiro Jemerson que desviou e mandou para o próprio patrimônio, abrindo o placar na Arena MRV aos 41 minutos da segunda etapa.
Após o gol, o Cruzeiro soube se segurar bem. E com o Atlético tentando atacar à qualquer custo, o time de Zé Ricardo se postou bem na defesa, visando saídas nos contra-ataques para matar a partida.
A equipe celeste conseguiu se segurar, conseguindo a sua primeira vitória na Arena MRV, se afastando do Z-4.
Com a vitória sob o maior rival e as derrotas de Vasco e Santos, o Cruzeiro abriu 4 pontos em relação ao décimo sétimo colocado. Agora a raposa enfrenta o Bahia, em confronto direto para se afastar ainda mais da confusão e alçar vôos mais altos na competição.