Na noite da última quinta-feira (11), a Petrobras desistiu do aumento do preço do diesel nas refinarias, que havia sido anunciado durante a tarde. Na ocasião, a estatal chegou a informar que o valor médio do litro do combustível nas refinarias teria um aumento de cerca de 5,74%, saltando de R$ 2, 1432 para R$ 2,2662, a partir desta sexta-feira (12).
O recuo da decisão ocorreu após uma pressão do presidente da República, Jair Bolsonaro, que defendeu uma alta menor. Para justificar o recuo e a manutenção do preço, a Petrobras informou que existe margem para adiar o aumento do combustível. A decisão da empresa surpreendeu os mercados e as ações da empresa começaram o dia com queda de mais de 5%.
Em entrevista concedida à rádio CBN, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou que a ordem de suspender o aumento do preço do diesel foi algo pontual. “Julgo que é um fato isolado, justamente pelo momento que estamos vivendo. Acredito que o presidente está buscando a melhor solução para equacionar o problema”, afirmou Mourão.
Em um comunicado publicado na tarde desta sexta-feira (12), a estatal informou: “ A Petrobras informa que, em consonância com sua estratégia para os reajustes dos preços do diesel divulgada em 25/03/2019, revisitou sua posição de hedge e avaliou ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que há margem para espaçar mais alguns dias o reajuste no diesel. A empresa reafirma a manutenção do alinhamento com o Preço de Paridade Internacional (PPI)”.
A posição de Bolsonaro e a decisão da empresa teria sido resultado de uma pressão dos caminhoneiros pelo preço do diesel e dos fretes. No primeiro semestre de 2018, a categoria organizou uma greve sem precedentes por causa da alta do combustível. A crise gerada pela greve culminou na renúncia do presidente da Petrobras à época, Pedro Parente.