Os atingidos pelo risco de rompimento da barragem Doutor, em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto, fizeram uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na quarta-feira, 2 de fevereiro, durante uma audiência junto da Vale, proprietária da estrutura, e o Ministério Público.
A comunidade atingida cobra por direitos diante de todos os danos vindos do risco de ruptura da barragem de rejeitos localizada próxima à comunidade. Eles cobram principalmente pela imediata implementação da Assessoria Técnica Independente dos atingidos com o plano de trabalho integral e sem cortes de orçamento. Também pedem por fiscalização da situação da barragem Doutor por parte do poder público, principalmente durante o período de chuvas. E, por fim, pela remoção de famílias que estão próximas da estrutura e sofrem com o risco de rompimento.
De acordo com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), durante a audiência, a Vale pediu para que os atingidos se retirassem do local, alegando cláusula de confidencialidade e que, portanto, somente o Ministério Público e a empresa poderiam participar. Os moradores de Antônio Pereira não concordaram com a medida, pois acreditam que têm direito a participação do processo de decisão, já que são as vítimas do risco de rompimento da barragem Doutor.
Veja imagens do protesto:
Até o momento, o Ministério Público não informou à comunidade de Antônio Pereira sobre o que ficou decidido. Em contato com o Mais Minas, a Vale enviou um posicionamento por meio de nota. Veja:
“A Vale considera fundamental reparar os danos causados em Antônio Pereira de maneira justa, célere, e segue comprometida com o avanço das tratativas na Ação Civil Pública, sendo que a comunidade está devidamente representada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Em audiência de mediação na data de ontem, foi respeitado o princípio da confidencialidade, previsto em lei“.