Atlas das Nuvens foi lançado em 2004 e foi finalista do Booker Prize, o mais importante prêmio literário inglês. Contudo, o livro chegou ao Brasil somente em 2016, através da editora Companhia das Letras, brilhantemente traduzido por Paulo Henriques Britto. A editora já lançou outros dois livros do autor anteriormente: “Menino de Lugar Nenhum”, em 2008, e “Os Mil Outonos de Jacob Zoet”, em 2015.
A revista Superinteressante classificou a obra como um dos sete livros mais difíceis de se traduzir para a língua portuguesa, por isso o livro demorou tanto para ser lançado no Brasil e por isso também fica registrado os parabéns ao paulo Henriques pela tradução que não deve ter sido tarefa fácil.
Cloud Atlas é o nome de uma música composta pelo japonês Toshi Ichiyanagi, primeiro marido de Yoko Ono, inspira o título homônimo da obra de David Mitchell.
A obra é certamente um romance que desperta interesse na ideia básica e por conta da sua complexidade, mas as opiniões dos leitores são divididas, alguns acharam este livro uma obra-prima e outros o deixaram de ler muito antes do fim.
Por ser tão complexo, vou dividir esse artigo em três partes, na próxima semana vocês poderão acompanhar a continuação sobre o livro aqui no Mais Minas, e na última parte falarei sobre o filme.
Atlas de Nuvens é um romance complexo de ficção científica, no qual aparentemente não há conexão entre as histórias dos seis protagonistas e há saltos temporais no futuro e no passado, criando não uma grande confusão no leitor desatento.
Não apenas estamos sempre enfrentando ambientes diferentes, mas também o estilo e o gênero são diferentes, por isso não é fácil de ler. No entanto, essa foi a ideia do autor, que queria criar um efeito surpresa no leitor.
Os seis protagonistas de Atlas de Nuvens executam suas ações em diferentes anos e em partes distantes do mundo, mas eles estão unidos: as almas transmigram de um corpo para o outro por meio da identificação com novas aventuras e passam a agir de forma diferente.
A dificuldade em ler este trabalho reside no fato de que as histórias são todas interrompidas em um ponto chave, exceto a última, no ponto em que a história anterior se inverte, retornando à origem.Os personagens das histórias caminham pelo tempo e pelo espaço, cada um vestindo suas experiências vividas, contando a história da vida e corrigindo possíveis erros.
O romance de de Mitchell excita ou deixa perplexo. O filme, embora igualmente complexo, parece mais compreensível do que o livro, onde, em vez disso, o entusiasmo pode ser atenuado após as primeiras cinquenta páginas.