A espera parece prestes a acabar e o Atlético já tem como praticamente certo o nome que comandará o time no ano de 2020: o venezuelano Rafael Dudamel, atual treinador das seleções principal e sub-20 de seu país natal. Apesar do acerto iminente, o técnico não chega a Belo Horizonte imediatamente, pois precisa acertar alguns detalhes de sua saída da Venezuela.
Rafael Dudamel é ex-goleiro e foi dono da meta da seleção de seu país por muitos anos, entre 1993 e 2010. Com apenas 46 anos de idade e tendo seu primeiro trabalho como treinador no ano de 2010, o venezuelano tem uma carreira curta, principalmente no tange a times. São apenas dois comandados por ele, o Estudiantes de Mérida, pelo qual ele debutou, e o Deportivo Lara,no qual ele ficou por dois anos. Ambos os clubes são da Venezuela.
Dudamel
Dudamel ganhou notoriedade como treinador comandando a seleção nacional de seu país. Foram cinco anos entre as seleções sub-17, sub-20 e principal. Seu trabalho foi bem avaliado porque sob seu comando, a Venezuela deixou de ser o saco de pancadas da América do Sul e passou a ser mais competitiva, tanto na equipe sênior como nas categorias de base.
Estilo de jogo
Apesar de ter permitido que futebol venezuelano fosse capaz de competir de forma mais igualitária com os adversários sul-americanos pela primeira vez na história, o futebol aplicado pelas equipes de Dudamel não é considerado vistoso. Geralmente são equipes mais fechadas, um perfil diferente do de Jorge Sampaoli, argentino que era a primeira opção da diretoria atleticana. Mas isso pode ser sintoma da qualidade das equipes treinadas pelo venezuelano, muito inferiores as dos adversários.
Personalidade
Considerado de personalidade forte, Dudamel é um treinador que bate de frente com jogadores e dirigentes. Bem quisto na seleção venezuelana, a saída dele para se juntar ao Atlético se deve mais a problemas de relacionamento do que desempenho. O técnico entrou em rota de colisão com a federação do país cobrando mais profissionalismo da administração do futebol venezuelano e, a partir daí, a relação se deteriorou.
E quando o assunto são os atletas, Dudamel também não facilita. O atacante Josef Martínez, um dos principais jogadores da geração do país, se retirou da seleção, segundo ele, enquanto o comandante fosse o ex-goleiro. Martínez define sua saída como “motivos psicológicos causados por Dudamel”. Ele diz ainda que “É emocional: o desgaste anímico toda vez que vou a seleção atualmente, produto do comportamento comigo de quem lidera o corpo técnico da seleção. Sendo a Copa América 2019 o evento que mais me afetou emocionalmente e esportivamente. Passei realmente mal”.
Outra curiosidade sobre o Dudamel, é que ele é considerado um dos maiores foleiros artilheiros do futebol, com 16 gols marcados em partidas oficiais, sendo um deles por sua seleção. No Galo, o treinador se reencontrará com Rómulo Otero, seu comandado na equipe venezuelana.
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