Por Greiza Tavares – prefeitura de Ouro Preto – A Estrada Real abrange parte dos caminhos por onde escoaram o ouro e os diamantes retirados de Minas Gerais em direção aos portos de Paraty e do Rio de Janeiro, passando por Ouro Preto e pelo antigo arraial do Tijuco, atual Diamantina. É a maior rota turística do país. Com o Passaporte da Estrada Real, ao passar pelas cidades do trecho, o turista carimba o documento nos locais credenciados. O ideal é começar a aventura por Ouro Preto, antiga Vila Rica, que foi o centro de toda a corrida pelo ouro no século XVIII, tem muitas histórias para contar e belezas para se apreciar!
O Passaporte Estrada Real é um documento, criado, em 1999, pelo Instituto Estrada Real, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), no qual é registrada a passagem do turista por cada cidade desse caminho, que foi aberto há mais de 300 anos pela Coroa Portuguesa. A Estrada Real tem cerca de 1600 km, um trajeto que atualmente recebe mais de 2,5 milhões de turistas por ano, em Minas Gerais, gerando uma receita de cerca de US$ 1,25 bilhão, segundo dados divulgados pelo Instituto Estrada Real.
Comece por Ouro Preto!
Para aqueles que desejarem se aventurar pelo percurso e conhecer as cidades que o envolvem, o mais indicado é começar por Ouro Preto, que, no passado, foi a vila mais importante do ciclo do ouro: Vila Rica. E atualmente, é a cidade que mais atrai turistas no estado de Minas Gerais, segundo dados divulgados pela Fundação João Pinheiro (FJP).
Com sua arquitetura colonial, seus inúmeros atrativos, como museus, igrejas barrocas, antigas minas de ouro, sua gastronomia, sua natureza e a rica vivência cultural na sede e nos distritos, começar a visita por Ouro Preto é a melhor opção, pois contextualiza o turista para tudo o que ele vai encontrar pelos caminhos da Estrada Real.
Caminhos
Ouro Preto faz parte do Caminho Velho, que foi a primeira via aberta oficialmente pela Coroa Portuguesa entre o litoral do Rio de Janeiro e a região mineradora. Mas vale ressaltar que a cidade histórica é o ponto central que dá acesso a todos os outros caminhos. A cidades dessa rota apresentam cultura típica de Minas Gerais, em uma mescla de traços indígenas, africanos e europeus. Partindo de Ouro Preto, o caminho velho segue por Congonhas, atravessa o Sul de Minas e mais sete cidades do estado de São Paulo até alcançar Paraty, no Rio de Janeiro.
Ao todo, são 4 caminhos: Caminho dos Diamantes, Caminho Novo, Caminho Velho, Caminho do Sabarabuçu.
Como obter o passaporte
Para obter seu passaporte basta preencher o cadastro no site www.institutoestradareal.com.br/passaporte e solicitar nos locais de retirada. Em Ouro Preto, os pontos de retirada de passaportes são: Loja Mocotó Galeria/Jacubas Livros e Artes, na Praça Tiradentes; Loja Aqui Di Minas Produtos Artesanais, na Rua Conde de Bobadela (Rua Direita); e Hotel Solar de Maria, na Rua Tomé Afonso, no Rosário.
Ao longo da Estrada Real, o visitante obtém carimbos de diversas cidades para preencher seu passaporte e, ao fim da jornada, ele irá receber um certificado para cada um dos caminhos. Os turistas que percorrerem todos os 4 caminhos serão contemplados com o Certificado Especial, o reconhecimento máximo da Estrada Real.
Dicas que quem já se aventurou
Vilma Nascimento é moradora de Ouro Preto, adora viajar e decidiu conhecer os caminhos da Estrada Real. “Sempre gostei de viajar e tive interesse em saber do que se tratavam os caminhos da Estrada Real. Percebi que muitas cidades do trecho já estavam em meus desejos de conhecer, como Paraty e Petrópolis, por exemplo. Então assim que vi possibilidade e obtive coragem, resolvi colocar em prática”, falou Vilma.
Ela conta que foi dirigindo e gostou de muitos municípios por onde passou. “Cada local tem algo de peculiar, e, sendo menos ou mais deslumbrante é uma delícia passar, porque sentimos etapas e desafios vencidos, e também o gostinho de conseguir mais um carimbo. Mas tem algumas que se destacaram para mim, como Tiradentes, Bichinho, São Tomé das Letras, Santos Dumont, Juiz de Fora e Petrópolis. No Caminho do Sabarabuçú, conheci Sabará e Cocais, agora falta apenas o Caminho dos Diamantes para eu me aventurar”, relatou ela.
Ao passar por cada uma das cidades, cada local encanta o turista de maneira diferente, mas é bom planejar-se e atentar-se para o tipo de estrada que irá percorrer. “A gente vai juntando as histórias, passado, presente, é muito bom. Vamos tentando imaginar como era a vida antes nesses locais, as casas antigas, os ambientes, tudo vai se conectando, é bem legal! Uma dica é ter mais tempo para cada lugar. Ir com um planejamento prévio de onde será interessante passar. Os visitantes devem evitar circular nas estradas à noite, pois há muitos trechos estreitos, de difícil acesso, com muitas curvas e buracos. Com certeza, pelo fato de Ouro Preto ser o ponto que interliga os diferentes caminhos da Estrada Real, é interessantíssimo começar por aqui e voltar várias vezes para apreciar os diferentes atrativos, pois é uma cidade em que é possível se aventurar de variadas maneiras, por muitos dias”, disse Vilma.