A barragem da Mina de Serra Azul, da ArcelorMittal, subiu para nível 3 de emergência, indicando risco iminente de rompimento. A estrutura está localizada em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), com a publicação da resolução 95/2022, que instituiu novas diretrizes de segurança de barragens, houve a mudança de nível 2 para 3 no dia 23 de fevereiro. Segundo a ANM, a segurança da estrutura está abaixo do exigido.
O órgão informou ainda que, em caso de rompimento da barragem, os rejeitos poderiam atingir o reservatório Rio Manso, da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), responsável por parte do abastecimento da Grande BH, e a BR-381. Para evitar qualquer “incidente”, a ANM determinou a construção de uma estrutura de contenção a jusante.
Na barragem contém mais de 5 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro e está desativada desde 2012. A estrutura foi alteada a montante, assim como as que romperam na cidade de Mariana em 2015, e no município de Brumadinho em 2019.
Ainda de acordo com a ANM, há pessoas que estão ocupando permanentemente a área afetada a jusante da estrutura e poderiam ser atingidas em caso de rompimento da barragem. Em 2019, famílias foram obrigadas a sair de casa em Itatiaiuçu por causa do risco de ruptura.
Em dezembro do ano passado, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabeleceu uma multa de R$ 1 milhão contra a ArcelorMittal devido ao atraso na construção de uma estrutura de contenção perto da barragem.
Atualmente, além da barragem da ArcelorMittal, três estruturas estão em nível 3 de emergência em Minas Gerais, todas da Vale: Sul Superior (Barão de Cocais), B3/B4 (Nova Lima) e Forquilha III (Ouro Preto).
Em contato com o Mais Minas, a ArcerlorMittal ressaltou que a reclassificação não mudou as condições de segurança da barragem de Serra Azul, que permanecem inalteradas desde o acionamento do Plano de Ação de Emergência de Barragem de Mineração (PAEBM), em fevereiro de 2019.
Conforme consta na nova resolução da ANM, a classificação para nível de emergência 3 se dá a partir de dois critérios. O primeiro é de quando a ruptura é inevitável ou está ocorrendo e o segundo é quando o Fator de Segurança drenado está abaixo de 1,1 ou Fator de Segurança não drenado de pico está abaixo de 1,0 sendo que a barragem da Mina de Serra Azul se enquadra no segundo.
O MM também entrou em contato com a Arteris, responsável pela administração da BR-381 entre Contagem e Guarulhos. Veja a nota:
“A Arteris Fernão Dias, responsável pela administração da BR-381 entre Contagem e Guarulhos, comunica que em caso de alerta de risco iminente de rompimento da barragem, com interferência no tráfego da BR-381, tomará as medidas previstas no plano de ação da concessionária. A concessionária mantém um diálogo ativo com as mineradoras que atuam próximo à rodovia, que inclui treinamentos e a realização de simulados de contingência. A prioridade é garantir que o usuário siga seu trajeto em segurança. O plano de ação da concessionária lista providências imediatas relativas à operação da rodovia, como disponibilizar alertas e comunicação dirigida aos usuários sobre desvios e rotas alternativas para eventuais trechos impactados, além de direcionar equipes de conserva e tráfego para organização do trânsito e desobstrução da via.“
A Copasa também informou ao MM que está ciente da alteração do nível de emergência da barragem da Mina de Serra Azul e que acompanha a situação da estrutura junto à ArcelorMittal e à Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).