O tradicional Bloco Vermelho i Branco, de Ouro Preto, saiu às ruas durante a noite de ontem, quinta-feira (20), acompanhado por muitos foliões vestidos caracteristicamente com peças vermelhas e brancas. Seu cortejo sai da rua Bernardo Guimarães, passando pelo Largo do Rosário, rua Getúlio Vargas, praça Silviano Brandão, Rua São José até a praça Reinaldo Alves de Brito (praça do cinema) e retorna.
No último ano, de acordo com a Prefeitura de Ouro Preto, o bloco contou com 17 mil foliões e uma banda de 40 músicos. Segundo um dos coordenadores do bloco, Zezinho Pintinho, a expectativa para o Vermelho i Branco é de algo tradicional e hereditário. “A gente acredita que haverá uma sucessão e vai poder até modernizar mais o bloco. Embora a gente sempre bata na tecla que a tradição tem que ser mantida da forma que está sendo, de marchinhas e na quinta-feira. Isso não pode ser mudado”, explica.
Ainda em questão da tradicionalidade, o cortejo sair às quintas-feiras faz parte da história do bloco, além de antecipar o início dessa época tão esperada. “Há 37 anos atrás o carnaval era domingo, segunda e terça, não tinha sequencia igual hoje. O coordenador, para contestar isso, saiu o bloco na quinta-feira, o que era completamente inédito. Ninguém fazia carnaval na quinta e isso se mantém até hoje”, conta o atual coordenador.
Além da expectativa da coordenadoria, os foliões também estavam presentes nas ruas para prestigiar o bloco. Gustavo Peres veio de São Paulo para prestigiar o carnaval de Ouro Preto pela primeira vez e afirma estar com as expectativas em alta para a folia, além de ter se encantado com a beleza da cidade.
Trajado com a camisa do seu time, São Paulo, as cores vermelho, branco e preto colaboraram com a característica do bloco. “Eu sempre viajo com a manta do São Paulo e me avisaram que teria o Vermelho i Branco, eu não sabia, e então pensei em vir com a camisa do São Paulo”, conta o turista.
Rafael Viera, natural de Volta Redonda, interior do Rio de Janeiro, e estudante da UFOP de Artes Cênicas, também prestigiou o bloco Vermelho i Branco. Um pouco diferente dos outros foliões e em um clima de descontração e criatividade, Rafael apostou em uma fantasia de “chuveiro”, usando as cores vermelho e branco, sem perder a essência do bloco.
O estudante conta que não é seu primeiro ano no carnaval de Ouro Preto, e que prestigia o bloco todos os anos. “Sempre venho e gosto muito. Além da diversão do carnaval tem toda uma questão cultural, que está nas ruas há anos e anos. Já é uma coisa acima da diversão”, fala Rafael.
Yane Arruda, natural do Rio de Janeiro, também é estudante da UFOP e participa do cortejo há 4 anos. A foliã, vestida de noiva, para se caracterizar com a cor do bloco, diz que as mulheres devem se vestir como se sentem bem, afirmando ainda que não só durante o carnaval, mas em todos os momentos “não é não”.