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Bolsonaro e Marcos Pontes criticam dados do Inpe sobre desmatamento

O presidente Jair Bolsonaro criticou mais uma vez, neste domingo (21), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão.

A crítica é que, segundo Bolsonaro, os dados de desmatamento da Amazônia não condizem com a verdade.

Ele ainda ressaltou que não quer fazer uma “propaganda negativa do Brasil”, pois prejudica a imagem do país no exterior.  Bolsonaro ainda disse que não vai falar com ele, quem falará será o ministro Marcos Pontes (Ciências) ou o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente).

E ressalta “o que nós não queremos é uma propaganda negativa do Brasil.

A gente não quer fugir da verdade, mas aqueles dados pareceram muito com os do ano passado”.

Em nota, o ministro Marcos Pontes afirmou que compartilha da “estranheza” do presidente quantos aos dados que o Inpe produziu sobre o desmatamento.

Na nota, Pontes diz com as seguintes palavras “Com relação aos dados de desmatamento produzidos pelo Inpe, organização pelo qual tenho grande apreço, entendo e compartilho a estranheza expressa pelo nosso presidente Bolsonaro”.

Ainda na nota, divulgada na tarde desta terça-feira (22) em suas redes sociais, o ministro diz discordar da maneira o engenheiro Ricardo Galvão agiu ao dar entrevistas para a imprensa.

Segundo ele, Galvão teria criticado os questionamentos de Bolsonaro.

Assim, Pontes o chamou para “esclarecimentos e orientações”.

O Inpe é vinculado ao ministério.

Veja a nota na íntegra: pic.twitter.com/W65bbfrXCN— Astronauta Marcos Pontes (@astropontes) July 22, 2019   Os dados de desmatamento  Crédito da imagem: Folha Dados preliminares, registrados pelos satélites do Inpe, mostram que mais de 1.000 km² de floresta amazônica foram derrubados na primeira quinzena deste mês.

O que diz respeito a um aumento de 68% em relação ao mesmo período do ano passado.

As informações são de um sistema que lança alertas sobre mudanças de vegetação, chamado Deter.

Veja como funciona o monitoramento do desmatamento  Um outro projeto do Inpe, o Prodes, produziu o dados consolidados sobre o desmatamento total no ano (entre julho de um ano e agosto do outro).

Já o Deter, indica sobre as tendências de desmatamento na Amazônia.

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Além disso, todos os dados que o Deter produz são enviados diariamente aos Ibama.

Essas informações podem ser acessadas por qualquer pessoa, pelo site do Inpe.

Cientistas criticam Bolsonaro Cientistas defenderam as pesquisas e o monitoramento realizado pelo Inpe.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), maior sociedade científica do país, lançou neste domingo (21) um documento com críticas às falas de Bolsonaro.

Veja a nota na íntegra: MANIFESTO DO CONSELHO DA SBPC EM DEFESA DO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE) O Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, em reunião realizada no dia 20/07/2019, deliberou por unanimidade manifestar seu apoio integral ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, dirigido pelo Dr.

Ricardo Galvão, face às críticas do trabalho do INPE de monitoramento do desmatamento da Amazônia brasileira, apresentadas em entrevista à imprensa internacional pelo Presidente da República, Sr.

Jair Messias Bolsonaro.

Conforme carta das principais entidades nacionais representativas da ciência brasileira, enviada ao Presidente Bolsonaro no dia 10/07/2019 (OF.

ABC-97/2019), a ciência produzida pelo INPE está entre as melhores do mundo em suas áreas de atuação, graças a uma equipe de cientistas e técnicos de excelente qualificação, e presta inestimáveis serviços ao País.

O Diretor do INPE, Dr.

Ricardo Galvão, é um cientista reconhecido internacionalmente, que há décadas contribui para a ciência, tecnologia e inovação do Brasil.

Críticas sem fundamento a uma instituição científica, que atua há cerca de 60 anos e com amplo reconhecimento no País e no exterior, são ofensivas, inaceitáveis e lesivas ao conhecimento científico.

Em ciência, os dados podem ser questionados, porém sempre com argumentos científicos sólidos, e não por motivações de caráter ideológico, político ou de qualquer outra natureza.

Desmerecer instituições científicas da qualificação do INPE gera uma imagem negativa do País e da ciência que é aqui realizada.

Reafirmamos nossa confiança na qualidade do monitoramento do desmatamento da Amazônia realizado pelo INPE, conforme a carta anteriormente enviada ao Presidente da República, e manifestamos nossa preocupação com as ações recentes que colocam em risco um patrimônio científico estratégico para o desenvolvimento do Brasil e para a soberania nacional.