Bordadeiras e quitandeiras de Barra Longa mostram seus trabalhos no Projeto Empoderar

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Revelar as mãos talentosas e criativas das mulheres de Barra Longa (MG), promovendo, ao mesmo tempo, desenvolvimento sustentável do município. Esse é o objetivo do Projeto Empoderar, que será apresentado nesta quarta-feira, dia 13, na praça Manoel Lino Mol, a partir das 18h. A iniciativa é da Associação de Cultura Gerais (ACG), com apoio da Fundação Renova.

O Projeto Empoderar apresentará ao público os resultados obtidos pelas artesãs, bordadeiras e quituteiras da comunidade barralonguense. São mulheres de diferentes gerações que estão reescrevendo a própria história com resiliência e talento. Participam do projeto a Cooperativa Rural Mista de Gesteira e o grupo de Bordadeiras de Barra Longa, conhecidas como “Meninas da Barra”, exemplos de atividades que têm aquecido a economia local e gerado renda para as famílias.

As linhas do bordado estão abrindo novos caminhos para as mulheres  barralonguense, que conquistaram as passarelas da São Paulo Fashion Week, em 2018. As bordadeiras viram as suas peças, elaboradas com o estilista Ronaldo Fraga, ganharem destaque no maior evento de moda do Brasil. Além disso, elas produziram três vestidos exclusivos desenhados pelo estilista para o acervo do Masp (Museu de Arte de São Paulo). “Foi muito emocionante, algo tão maravilhoso que nunca imaginei acontecer comigo. O desfile deu mais visibilidade para o nosso trabalho, agora somos reconhecidas em todo país. E isso nos enche de orgulho”, disse a bordadeira Maria Aparecida Lana, de 55 anos.

José Carlos Rocha, diretor da ACG (Associação de Cultura Gerais), explica que a proposta do Projeto Empoderar é, justamente, apresentar ao público os resultados que vêm sendo conquistados até o momento por essas mulheres. “O intuito é fortalecer o empoderamento, ampliando a participação dos novos atores e incentivando a criação e aperfeiçoamento de produtos”, disse o promotor cultural.

Meninas da Barra

As agulhas e fios de um grupo de bordadeiras de Barra Longa, conhecidas como Meninas da Barra, tecem a arte e enredam uma história que entrelaça busca pela identidade e superação de barreiras. O grupo, formado em 2017, é constituído por cerca de 30 mulheres de 17 a 80 anos e desempenha um importante papel na remuneração das famílias, além de colaborar com o fortalecimento da economia local.

As atividades das bordadeiras são apoiadas pela Fundação Renova e fazem parte do programa de fomento à economia dos municípios impactados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.

Quitutes de Barra Longa

Em Gesteira, distrito de Barra Longa atingido pela lama da barragem de Fundão, as mulheres encontraram forças e se uniram em um projeto que valoriza os saberes e fazeres locais, transformando-os em produtos para serem inseridos no mercado de consumo. A iniciativa tem apoio da Fundação Renova e gera ocupação e renda para a comunidade.

As mulheres que até então cuidavam da casa e dos filhos e ajudavam os maridos na lida da roça enveredaram pelos caminhos do empreendedorismo. Surgiu assim a Cooperativa Rural Mista de Gesteira, com 23 mulheres e um homem.

Das mãos dessas mulheres prendadas saem quitutes cheios de história e sabor. Feitas em fogão a lenha, utilizando leite fresco e fermento artesanal, delícias como bolos, broas, biscoitos, doce de leite, queijos, requeijão, manteigas e muitos outros produtos são um convite ao prazer gastronômico. As doceiras dessa comunidade são especialistas em produzir o chamado “doce mole”, um quitute de leite cremoso, de sabor único. O doce mole é servido em um canudinho artesanal.

SERVIÇO 

Apresentação das ações do Projeto Empoderar
Dia: 13 de março
Hora: das 18h às 21h
Local: praça Manoel Lino Mol – Barra Longa (MG)

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