Um levantamento realizado pela empresa de segurança Trend Micro apontou que o Brasil é o segundo país do mundo que mais sofre com ataques de ransomware.
Somente no primeiro trimestre de 2019, de todos os registros, 10,64% foram em território brasileiro.
Ele perde apenas para os Estados Unidos, que teve 11,06% das ocorrências que foram rastreadas no período. Outros países que também sofrem muitos ataques são a Índia, Vietnã e Turquia.
A empresa também registrou o número de tentativas de ataques registradas pelos seus softwares. Somente entre 2016 e 2018, foram mais de 1,8 milhões de ataques em todo mundo.
Considerando que nem todos os usuários possuem esse tipo de ferramenta, os números podem ser ainda maiores.
A questão é que com esse tipo de ataques é possível roubar arquivos e os criminosos quase que dobraram o número de pedidos de resgate em 2019.
Portanto, é preciso ficar atento aos principais canais que ocorrem os ataques de ransomware.
No Brasil, um dos principais meios são os e-mails e isso faz com que o país ocupe a terceira posição no mundo por esse tipo.
Já os que são distribuídos via URLs não são tão frequentes e o Brasil está entre os 15 países mais afetados por esse meio.
Um dos motivos para tantos ataques é que os brasileiros não se preocupam tanto com a segurança digital, não usam uma rede VPN e não se atentam ao que estão acessando, o que os tornam alvos fáceis.
O que são os ataques de ransomware?
A palavra ransomware tem sua origem do termo inglês ransom, que é usado como referência para resgate. Por isso, ele é associado à prática de sequestro, uma vez que é capaz de fazer isso com dados dos computadores.
Os primeiros registros são da década de 1980 e, na época, não se exigia resgate, mas alguns procedimentos para que os arquivos fossem recuperados. Atualmente, os criminosos utilizam essa prática para conseguir dinheiro.
O ransomware também pode ser chamado de malware e se trata de um software malicioso que consegue bloquear os arquivos no computador por meio da criptografia.
Ele se espalha por diferentes meios, como e-mail, links maliciosos e outros. Quando infecta um computador, começa a agir e bloqueia os arquivos.
Para que se volte ter acesso a eles, os criminosos exigem o pagamento de um resgate com a promessa de enviar uma chave para poder descriptografar os arquivos.
Os ataques de ransomware podem ser classificados em diferentes tipos:
- RaaS (Ransomware como serviço) – um cibercriminoso hospeda o malware em troca de uma parte do pagamento.
- Doxware – ele ameaça publicar os arquivos conseguidos se não houver o pagamento do resgate.
- Scareware – se passa por um software falso que exige um pagamento para reparar os problemas do computador.
- Bloqueadores – bloqueiam por completo o acesso ao computador ou outros dispositivos.
- Crypto malware ou criptografadores – é o mais comum de todos e impede que arquivos sejam acessados ao criptografá-los.
Todos esses malwares podem infestar tanto os computadores como os dispositivos móveis, entre eles os smartphones.
Por conta do aumento desse último tipo de dispositivo, descobriu-se que os ataques a sistemas operacionais como o Android tiveram um crescimento de 50%, porém, quem usa a VPN está mais protegido.
Como se proteger dos ataques
Para quem não deseja sofrer com o problema deve adotar diversas medidas para conseguir se proteger dos ataques.
- O primeiro passo é conhecer o que são esses malwares para conseguir saber como operam e a maneira de evitá-los. Com algumas atitudes é possível conseguir isso.
- Mantenha o antivírus atualizado e sempre funcionando. Quando houver alguma atualização, não espere para baixar. Dessa forma garantirá que o dispositivo sempre tenha as proteções mais recentes.
- Nunca clique em links de e-mail que podem ser suspeitos, principalmente os que dizem que irão direcionar para sites de lojas e bancos. Se precisar acessar os sites, faça isso digitando o endereço na barra do navegador.
- Nunca baixe arquivos de sites desconhecidos ou duvidosos. Sempre busque os sites oficiais e, quando for necessário pagar pelo software, opte por esse caminho, pois os piratas oferecem ainda mais risco. No caso de aplicativos, use a loja oficial.
- Mantenha o navegador atualizado e ative os recursos de segurança e privacidade que ele oferece.
- Faça um backup dos seus arquivos regularmente, pois dessa forma poderá recuperá-los em caso de ataque, sem precisar pagar resgate.
- Use uma rede VPN para criptografar as suas informações e evitar que elas facilitem o acesso dos cibercriminosos.
Se nenhum desses artifícios funcionar e o dispositivo for infectado, é bem provável que acabe perdendo o acesso aos seus arquivos.
Nesse caso, pode surgir a pergunta se deve ou não pagar o resgate. Vale lembrar que está lidando com criminosos e fazer o pagamento não garantirá que conseguirá rever os seus arquivos.
Portanto, se está nessa dúvida é melhor não pagar, pois o seu dinheiro poderá ir embora junto com os seus arquivos.
O melhor é ficar atento aos ataques de ransomware e buscar maneiras de se proteger, afinal, o Brasil é um dos países mais visados para esse tipo de crime.
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