Os brinquedos infantis stress vêm de uma tendência que iniciou em 2017. Atenta ao grande sucesso dos spinners, essa indústria começou a criar uma série de outras opções relaxantes para as crianças brincarem. Após a febre das slimes, ficou mais evidente a necessidade em produzir passatempos que mesclasse diversão e alívio das tensões.
As bolinhas que imitam o plástico bolha são as queridinhas do momento. Elas vieram a calhar, pois tiveram ascensão no mercado em meio a pandemia, momento em que crianças do mundo todo precisaram deixar de participar das aulas presenciais, e de atividades de convívio social, inclusive com outras crianças. Foi nesse cenário de solidão que os pequenos encontraram nas bolhas uma “válvula de escape”.
Alguns a chamam de popt it, outros de fidget toys, os brasileiros preferem o nome bolha mesmo, mas o nome não é o mais importante. O que vale a pena mesmo são os efeitos que o brinquedo é capaz de causar no cérebro. E não são apenas os pequenos que estão vidrados nessa diversão, adultos e idosos também são pegos frequentemente apertando as bolinhas do passatempo que se tornou um dos mais comprados do mundo.
Os especialistas acreditam que esse tipo de brinquedo, por trabalhar com repetição, estimula a coordenação motora das crianças. Além disso, a repetição, ou comportamentos repetitivos, são capazes de causar distração ao cérebro, tirando as pessoas de situações de agito e nervosismo e conduzindo-as ao relaxamento.
A pequena Marina, de oito anos adora esse tipo de brincadeiras. Ela vive em São José do Rio Preto com os pais. Seu pai, Rogerio Pinheiro é quem auxilia na hora da diversão. “O popti tem vários tipos, tem várias bolinhas que se você apertar até o final faz um barulho que me ajuda a ficar mais calma, eu gosto mais dos modelos amigas, mas tem até chaveiros”, disse a menina.
Outra brincadeira semelhante que “explodiu” no segundo semestre de 2019 foi a criação de slime. Na ocasião e até os dias atuais, uma das frases mais buscadas na internet é “como fazer slime fácil”.
As slimes são nada mais do que a evolução das massinhas de modelar, usadas para estimular a parte sensorial das crianças já na primeira infância. Após as massas vieram as gelecas (1980) e em seguida as slimes, essa última pôde contar com a disseminação das redes virtuais para chegar ao sucesso absoluto.
Os contrastes entre a slime e as demais massas de modelar é que ela veio mais interessante, com uma variação grande de cores, textura e acabamento que vão desde o glitter até bolinhas de isopor.
O mais interessante dessas gomas é que a criança ou adulto na maioria das vezes não as compram prontas, portanto produz a partir de casa mesmo, o que torna a brincadeira muito interessante. Contudo, cuidados com o excesso de bórax devem ser levados em consideração.
O sucesso das slimes foi tão grande que muitos influenciadores digitais angariaram milhões de seguidores só produzindo as mais variadas gomas possíveis. A palavra que mais se ouvia era “satisfatório”, para expressar o quanto relaxante produzir, espremer, fazer furinhos, ou simplesmente olhar para uma slime pode ser.
Outra opção relaxante que vem emergindo são as bolinhas de slime. Elas são envoltas por uma espécie de tela, em que quando se aperta, sai pedaços da goma pelos furinhos, quando se para de espremer, ela retorna para o formato original.
Um personagem que também não fica atrás e “viralisou”, não apenas na web, é polvinho bipolar, ou polvo do humor, ou polvo reversível.
Peluciado, o bichinho que muda de cara quando é virado do avesso ganhou o coração de pessoas de todas as faixas etárias, principalmente as crianças, pois de um lado seu rosto parece sorridente e feliz e do outro, zangado. Em suma, o principal objetivo do brinquedo é naturalizar, para as crianças, as mais diversas reações humanas, ensinando que o ser humano está sujeito a diversas emoções, como a raiva e alegria.
Tipos de brinquedo anti stress
- Pop It (bolhas);
- Cubo mágico;
- Spinner;
- Slime;
- Anéis magnéticos;
- Lego;
- Slime;
- Povo bipolar.
O stress durante a infância
O contato frequente com os aparelhos eletrônicos, principalmente o abuso no uso dos celulares, a sociedade do consumo, os padrões físicos impostos pela mídia, a necessidade em se demonstrar um aluno de sucesso na escola e na família, embora não pareça, são fatores têm afetado a saúde emocional das crianças e adolescentes.
É preciso que os pais e responsáveis tratem o assunto com naturalidade, pois o tabu com a saúde mental não tem trazido contribuições nada positivas para a sociedade.
A depressão infantil vem constituindo-se num desafio constante para os profissionais de diversas áreas que atuam com crianças. A busca de conhecimentos para intervenções com melhores resultados se faz cada vez mais necessária.
Embora os últimos apontamentos sobre a questão tenham sido levantados em 2005, eles serviram como base para uma tendência iminente, alarmando especialistas e pais brasileiros. Na ocasião, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) levantou dados importantes, cerca de 2% das crianças e 5% dos adolescentes são acometidos pela depressão.
Na maioria dos casos a doença se manifesta após situações traumáticas como mudança repentina de escola, separação dos pais, perda de ente ou animal de estimação, medos e aflições relacionados ao abandono.
O diagnóstico em crianças é mais difícil de ser localizado em relação aos adultos. Visto que nos pequenos a depressão pode ser confundida com má criação ou birra.
Este mal também pode ser decorrente de predisposição genética ou de caso de negligência dos responsáveis, que acabam invalidando a existência da criança, ou muitas vezes não cumprindo tarefas básicas como a falta de alimentação, higiene, o direito à educação e até mesmo a falta de carinho e atenção.
Objeto algum substitui a atenção dos pais
As inúmeras obrigações corriqueiras associadas à carga de trabalho, que a cada dia aumentam mais, tem tirado das crianças uma das partes mais importantes para o seu desenvolvimento, a atenção dos pais.
O sentimento de culpa de muitos pais e mães em relação ao tempo que não conseguem oferecer aos filhos, na maioria das vezes os leva a entregar para as crianças objetos como tablets, celulares, computadores, games, e brinquedos, no intuito de distraí-las e enfim suprir o vazio deixado pela falta de atenção.
Educar dá trabalho, mas é claro que ter disponibilidade de tempo não é a realidade da maioria dos pais e mães de família, afinal, é preciso correr para trabalhar e garantir o sustento dos pequenos.
Alguns pediatras defendem que as crianças precisam de pelo menos 30 minutos de atenção integral dos pais para se sentirem mais seguras e possam expressar seus sentimentos de maneira mais íntima.
Outros já acham que 30 minutos diários é pouco tempo para consolidar laços familiares que podem ter respostas positivas em curto e longo prazo.
Conclusão
Equilíbrio é a palavra chave, entre brinquedos anti stress, atenção, carinho, diálogo, uma boa rotina alimentar, de sono e educação de qualidade é que pode-se chegar em um resultado, como os pequenos mesmo dizem, “satisfatório”, quanto às habilidades mentais das crianças.