Hoje completam seis meses do maior crime ambiental do país

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Há seis meses atrás, Brumadinho era atingido pelo mar de lama da Vale. O crime ambiental cometido pela empresa acarretou em 248 mortes, 22 pessoas desaparecidas e afetou 200 km do Rio Paraopeba. Isso porque eram 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos acumulados e inativos. E, mesmo após tanto tempo, não há as explicações sobre o que levou o rompimento da barragem.

Apesar da nota emitida pela Vale dizendo que a barragem em Brumadinho possuía Fator de Segurança de acordo com as boas práticas mundiais e acima da referência da Norma Brasileira, a B1 do Córrego do Feijão foi construída em 1976 pela, sendo ampliada em várias etapas. Com isso, houveram sucessivas construções de degraus com os próprios rejeitos.

Um dos maiores questionamentos acerca da tragédia é sobre o sistema sonoro de alerta. É obrigatório a instalação de avisos auditivos nas áreas de risco em caso de rompimento de barragens. Entretanto, as sirenes não tocaram. A própria Vale já tentou uma justificativa de que elas teriam sido destruídas pelos rejeitos, porém, foram verificadas, em janeiro, que as sirenes estavam em funcionamento.

Situação atual

Hoje completam seis meses do maior crime ambiental do país

Crédito da foto: Divulgação/Vale

O Ministério Público Estadual pediu o bloqueio de R$10 bilhões da Vale. Além disso, R$ 5 bilhões foram para reparação socieconômica e, também, o mesmo valor para reparações ambientais. E ainda, está sob investigação para julgamento a penalização da empresa por crime de responsabilidade.

Dez audiências de conciliação foram feitas, em que saíram as decisões de contenção de rejeitos ao longo do Rio Paraopeba, uma nova captação de água no rio e o auxílio de um salário mínimo para toda a população da cidade. A próxima reunião está marcada para o dia 5 de agosto.

Homenagens

Uma série de homenagens foi feita nessa quinta-feira (25), em Brumadinho, aos 248 mortos e 22 desaparecidos. O tributo foi marcado por um culto que prestou considerações referente à data e soltaram barquinhos no Rio Paraopeba. E às 12h40, hora um pouco depois do horário que ocorreu a tragédia, houve um minuo de silêncio e uma “chamada” com o nome de cada um que perdeu sua vida pelo crime. Ao final de cada um, todos respondiam: “presente”.

Histórico

Essa é a segunda barragem de propriedade da Vale que se rompe e causa danos irreparáveis em uma cidade. A primeira havia sido a barragem de Fundão, em que atingiu o distrito de Bento Rodrigues, 35 km do município de Mariana. A tragédia, que aconteceu em novembro de 2015, matou 19 pessoas e atingiu violentamente o Rio Doce. Até então, essa teria sido o maior desastre ambiental do país, com isso, a empresa havia declarado que não aconteceria algo do tipo, e que a atenção seria maior para as barragens.

E ainda, três barragens da mesma empresa Vale estão com risco de rompimento: a barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, na região de Macacos e Nova Lima, e as barragens Forquilha I e Forquilha III, da Mina Fábrica, em Ouro Preto.

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