Após cerca de sete meses do rompimento da barragem do Córrego do Feijão em Brumadinho, região metropolitana da capital mineira, o medo de um novo rompimento tem amedrontado a população. Na Comunidade Quéias, cinco famílias serão retiradas de suas casas pelo risco de uma nova tragédia, desta vez, pela barragem B1-A da Emicom Mineração e Terraplanagem, que está abandonada há dez anos.
Na tarde desta segunda-feira (12), a Prefeitura de Brumadinho convocou uma reunião de urgência com a Defesa Civil de Minas Gerias, o Ministério Público, sócios da empresa, os responsáveis da Arteris (concessionária na frente da BH-381, e funcionário da Copasa. A intenção é de notificar a mineradora sobre a situação, discutir medidas que podem ser tomadas e as possíveis consequências caso ela se rompa. Os laudos sobre a barragem não estão atualizados, dificultando o conhecimento sobre a real situação da mesma, e qual o grau de risco que ela oferece. Por isso, no documento feito pela prefeitura, é cobrado urgência para apresentar laudos técnicos de segurança da barragem.
Em comunicado, o prefeito Avimar de Melo Barcelos (PV), comenta, “O município, que teme viver uma nova tragédia, quer que os responsáveis apresentem laudos técnicos que comprovem a verdadeira situação da barragem e que garantam a segurança das famílias que vivem na rota da lama”.
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Para desativar uma barragem é preciso usar o método de descomissionamento, que é um jeito seguro de fazer. Só que, de acordo com a prefeitura, a B1-A não passou por esse processo. Há indícios de que ela apresenta rachaduras e vegetação, que podem criar buracos e causar vazamento de líquidos.
O que pode acontecer em Brumadinho
Caso a barragem se rompa, poderá interditar a rodovia Fernão Dias e afetar o abastecimento de água em toda a região metropolitana de BH. Além de destruir a casa e a vida de cinco famílias que moram no raio da barragem. Responsável por fornecer água para quase metade dos municípios próximos à Belo Horizonte, o rio Manso também pode ser gravemente atingido pelo rejeito.