O período de chuvas tem sido extremamente prejudicial ao estado de Minas Gerais. Primeiro pelos danos causados por enchentes e deslizamentos que deixaram diversas vítimas, entre mortos, feridos, desabrigados e desalojados. E agora outro problema grave surgiu: segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), os temporais deixaram ainda mais instáveis as barragens com nível máximo de rompimento no estado.
As barragens de Forquilhas I e III, entre Ouro Preto e Itabirito, Sul Superior, em Barão de Cocais, e B3/B4, em Macacos, que já estavam em risco máximo de rompimento, apresentaram novas instabilidades, com situação de rompimento iminente.
Reunião de conciliação
O tema foi tratado numa reunião de conciliação realizada na última segunda-feira (17). Estiveram presentes no encontro membros do Ministério Público estadual, federal e do trabalho, da Agência Nacional de Mineração, da Advocacia Geral da União e da própria Justiça Federal.
No relatório da audiência, constam declarações de Luiz Paniago Neves, gerente de segurança de barragens da ANM, que diz:
“Após um ano sem monitoramento e manutenção das barragens em nível III de emergência, e das localizadas nas ZAS destas barragens, o cenário está progressivamente piorando, e se o empreendedor e as consultorias atuar diretamente nas barragens, elas fatalmente romperão”.
Além disso, segundo Luiz, a presença humana nas barragens está impedida pelos riscos de rompimento iminente:
“Por causa da situação de risco nas barragens, a presença humana necessária para manutenção e diagnóstico da estrutura fica impedida e já foram observados novos problemas que amplificam o risco de rompimento”.