Quase um ano depois, Atlético e Cruzeiro voltam a se enfrentar. O maior clássico do estado está marcado para a noite de domingo, 6 de março, às 18h, no Mineirão, em jogo válido pela nona rodada do Campeonato Mineiro. O duelo definirá a liderança da competição e garantirá a vaga na semifinal, caso o América tropece contra o Villa Nova ou a Caldense perca para o Democrata GV.
Os dois times têm 19 pontos, nas duas primeiras colocações da fase classificatória, depois de oito jogos. O Galo está na ponta por levar vantagem no saldo de gols – 13 contra 8 do Cruzeiro.
Este será o primeiro clássico dos técnicos Antonio “El Turco” Mohamed, do Atlético, e Paulo Pezzolano, do Cruzeiro. O duelo de domingo será um tira-teima para saber, de forma prévia, qual é o melhor time do Campeonato Mineiro até o momento, podendo ser até uma demonstração do que pode ser a final do Estadual deste ano.
A partida terá transmissão exclusiva do canal pay per view Premiere.
Atlético
Titular absoluto do Atlético, o meio-campista Matías Zaracho continua em recuperação de lesão na coxa esquerda e deve ser desfalque mais uma vez. Na ausência do argentino, Antonio Mohamed avalia as alternativas para o clássico.
A tendência é que o “Turco” repita o que fez na final da Supercopa do Brasil, contra o Flamengo, e escolha um atacante de velocidade na vaga de Zaracho. Na ocasião, o venezuelano Jefferson Savarino atuou pela ponta direita e ficou em campo na maior parte do jogo que garantiu o título alvinegro nos pênaltis em Cuiabá.
Outros três jogadores despontam como os concorrentes mais fortes pela vaga na equipe: Eduardo Vargas, Ademir e o próprio Savarino. A escolha passa pelas características desejadas por Mohamed e pelo lado preferencial de cada atleta. Todos os três vêm tendo oportunidades com o Antonio Mohamed, mas, por já ter trabalhado junto, gostar do futebol jogado e na primeira oportunidade o colocou em campo, o treinador deve escalar o atacante chileno como titular.
Provável escalação do Atlético: Everson; Mariano, Nathan Silva, Diego Godín e Guilherme Arana; Allan, Jair e Nacho Fernández; Vargas (Savarino), Keno e Hulk.
Técnico: Antonio Mohamed.
Cruzeiro
Um dos principais líderes do elenco celeste, o goleiro Rafael Cabral exaltou o clássico centenário entre Cruzeiro e Atlético. No domingo, ele terá a oportunidade de disputar o primeiro duelo entre rivais mineiros de sua carreira.
“Clássico é um jogo à parte e, sendo bem sincero, desde que comecei a jogar bola, sempre assisti Cruzeiro x Atlético. Eu jogava no Brasil, fui para a Europa, mas sempre assisti. Sei da grandeza do jogo, é muito lindo ver a festa da torcida. Eu voltei, sinceramente, para jogar jogos como esse. Estou numa expectativa muito grande”, revelou.
Este também será o primeiro clássico de Ronaldo como acionista majoritário da SAF do Cruzeiro. O Fenômeno, que sabe o que é um Galo x Raposa dentro de campo, estará assistindo a partida no camarote do Mineirão.
No dia 6 de março de 1994, Ronaldo tinha 17 anos, vestia a camisa 9 do Cruzeiro e brilhava no clássico contra o Atlético, no Mineirão, pelo Campeonato Mineiro. Ele marcou três gols e deu a vitória para a Raposa, por 3 a 1, e ainda protagonizou uma jogada emblemática, dando dois dribles desconcertantes no zagueiro Fernando Kanapkis, da Seleção Uruguaia.
Provável escalação do Cruzeiro: Rafael Cabral; Romulo, Oliveira, Eduardo Brock e Rafael Santos; Willian Oliveira, Filipe Machado e João Paulo; Vitor Roque, Waguininho e Edu.
Técnico: Paulo Pezzolano.
Arbitragem
Igor Júnio Benevenuto será o responsável pelo apito no clássico. Os auxiliares serão Guilherme Dias Camilo e Celso Luiz da Silva, e Marco Aurélio Fazekas o quarto árbitro.
Retrospecto
Os dois times divergem sobre o retrospecto histórico do clássico. Na versão atleticana, foram 515 partidas, 207 vitórias do Atlético, 171 triunfos do Cruzeiro e 137 empates, com 727 gols atleticanos e 648 cruzeirenses.
Na versão cruzeirense, foram 497 jogos, 194 vitórias atleticanas, 170 do Cruzeiro e 132 empates, com 696 gols do Atlético e 637 da Raposa.
A maior goleada da história do confronto foi 9 a 2 para o Atlético no Campo do América, no dia 27 de novembro de 1927. O maior placar do Cruzeiro no clássico é de 6 a 1, feito no dia 4 de dezembro de 2011, na Arena do Jacaré.
No Mineirão
Quando se trata de clássicos no Mineirão, palco do duelo de domingo, quem leva a melhor é o Cruzeiro. Em 246 jogos, foram 90 vitórias celestes, 77 alvinegras e 79 empates, com 289 gols da Raposa e 263 tentos do Galo.
Contando apenas o Campeonato Mineiro, o Cruzeiro segue em vantagem, com 58 vitórias e 167 gols marcados, contra 47 triunfos atleticanos e 155 gols do Galo. O clássico, pelo Estadual, no Mineirão, aconteceu 152 vezes e houve 47 empates.
Tecnologia para evitar violência
Haverá uma importante tecnologia no Mineirão para evitar atos de violência e vandalismo no clássico. Todo torcedor que for flagrado realizando um ato ilícito, passará por um cadastramento oficial e será impedido de frequentar os jogos do clube que torce.
Essa é uma iniciativa do Juizado do Torcedor, que conta com o apoio de uma empresa mineira especializada em biometria facial. A utilização da tecnologia facilitará a certificação de que o torcedor punido por algum ato ilícito não tenha mais acesso aos demais jogos. Caso algum dos infratores tente entrar no estádio, será imediatamente identificado a partir da identificação facial tecnológica.
Vários episódios de violência envolvendo times de futebol foram registradas no país nos últimos dias. Veículos que levavam as delegações de Náutico, Bahia e Grêmio foram apedrejados. Em Salvador, o goleiro Danilo Fernandes foi atingido no rosto. Em Porto Alegre, o volante Villasanti sofreu traumatismo craniano e precisou ser hospitalizado. O clássico entre os clubes gaúchos sequer aconteceu.
No mês passado, o Mineirão também foi palco de violência entre torcedores durante a partida entre Brasil e Paraguai, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa do Catar. Eram torcidas organizadas do Atlético e Cruzeiro. Vários foram detidos e, tanto a Galoucura quanto a Máfia Azul foram suspensas de frequentarem estádios.
O próximo avanço na utilização da tecnologia pode ser permitir que o torcedor também tenha acesso ao estádio por reconhecimento facial. Dessa forma, após cadastrar todos os documentos no aplicativo do sistema, ele teria a entrada liberada nas catracas.
No jogo de domingo, o Mineirão será dividido em 90% dos torcedores atleticanos e 10% cruzeirenses. Porém, mesmo com torcida maioria, ainda há risco de violência, como aconteceu em 2020 (último clássico com torcida), em que um torcedor do Cruzeiro arremessou uma garrafa de vodca na torcida do Atlético, que, por sua vez, invadiu o camarote do estádio, iniciando uma briga generalizada.