Análise do filme ‘Conclave: a dualidade entre certeza e dúvida no poder religioso

Por João Paulo Silva
Análise do filme ‘Conclave: a dualidade entre certeza e dúvida no poder religioso

“Conclave”, longa dirigido por Edward Berger, mergulha os amantes da sétima arte nas tensões que cercam o processo de eleição papal. Adaptado do best-seller homônimo do escritor Robert Harris, o filme oferece uma visão hollywoodiana sobre os bastidores do Vaticano, onde fé e poder se encontram. No centro da história está o cardeal Lawrence (interpretado por Ralph Fiennes), um homem de moralidade questionável, preso entre o desejo de renovar a Igreja Católica e os segredos que ela esconde.

— Se você aprecia histórias intensas e bem construídas, não deixe de ler nossa crítica de “Adolescência”, uma obra-prima do suspense psicológico britânico lançada na Netflix.

A história começa com a morte de um Papa, que deixa a Santa Sé sem líder e instaura um conclave para eleger seu sucessor. É durante esse processo que, conforme os cardeais se isolam para discutir a escolha de um novo Papa, a tensão entre fé e política emerge. Como Lawrence bem diz no início do filme: “Nossa fé é uma coisa viva precisamente porque anda de mãos dadas com a dúvida. Se houvesse apenas certeza e nenhuma dúvida, não haveria mistério. E, portanto, nenhuma necessidade de fé.” Essa frase abre as portas para a dualidade da trama: a busca por certezas espirituais em meio a um mar de dúvidas políticas e morais.

A direção de Berger, que já foi aclamado por seu trabalho em “Nada de Novo no Front”, de 2022, acentua essa tensão com uma fotografia contemplativa e planos longos dos corredores sombrios do Vaticano, que contrastam com diálogos afiados e carregados de intriga. A abordagem visual e narrativa tem a missão de criar um suspense psicológico, onde os personagens revelam suas ambições e medos de maneira.

O filme explora o poder espiritual da Igreja Católica e questiona o papel do Papa em um mundo moderno, onde a política e as questões de fé se entrelaçam. Ralph Fiennes brilha como o cardeal Lawrence em um desempenho complementado por outros grandes nomes, como Isabella Rossellini, que traz uma intensidade tranquila à trama.

É importante ressaltar que nem tudo o que está em “Conclave” é real e a sua missão principal é refletir sobre o poder, a fé e a dualidade entre certeza e dúvida dentro das instituições mais poderosas do mundo, ilustrando como o jogo pelo poder transcende o espiritual e entra no campo das ambições humanas. Mas tudo com uma visão cinematográfica para chamar a atenção, afinal o tema “Vaticano” mexe com a imaginação de muitas pessoas.

Assista o trailer:

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