Esther Dweck, ministra da pasta da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, reconheceu que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística tem um déficit de servidores, o que pode levar à realização do concurso IBGE em breve.
Com a responsabilidade pela autorização e realização dos certames, a ministra esclareceu que ainda não é possível listar os editais que serão autorizados em 2023. No entanto, ela reconhece a urgência de novas contratações em algumas áreas, com 30% da folha apta à aposentadoria.
O que se sabe sobre as novas provas?
“Estamos muito focados no reajuste. Não tem como precisar quais seriam os concursos (mais urgentes), em quais áreas. Desde que eu estava aqui (no governo Dilma Rousseff), eu já acompanhava áreas que tinham muita gente em abono de permanência, com risco de aposentadoria, e a reforma da Previdência em 2019 acelerou. Áreas que já estavam com risco muito grande, com 30% da folha podiam se aposentar. IBGE e Banco Central, mas tem outras também“, relatou a ministra.
Esther ressaltou a importância do IBGE e reconheceu a necessidade de mais funcionários, citando a postergação do Censo de 2022 como um dos principais problemas enfrentados pelo órgão. O censo já deveria ter sido concluído, mas o prazo foi prorrogado até abril deste ano.
Um dos maiores desafios enfrentados foi a falta de permanência dos contratados temporários durante o Censo, o que exigiu a realização de inúmeros processos seletivos para suprir a demanda. “Nosso maior desafio foi contratar recenseadores. Planejamos contratar 180 mil, mas só conseguimos chegar a 120 mil. Também enfrentamos problemas com o pagamento dos recenseadores devido a falhas no sistema”, afirmou Cimar Azevedo, diretor de pesquisas.
IBGE precisa de mais efetivo
Foi feito um novo pedido em abril de 2022, no qual as vagas efetivas seriam distribuídas para os seguintes cargos:
- analista de planejamento, gestão e infraestrutura e tecnologista em informações geográficas e estatísticas (1.004 vagas);
- pesquisador em informações geográficas e estatísticas (11); e
- técnico em informações geográficas e estatísticas (1.488).
Os salários iniciais dos servidores do IBGE variam de acordo com o cargo, sendo de R$8.488,47 para analista, R$9.389,06 para pesquisador e R$3.677,27 para técnicos.
Devido à redução do quadro de servidores causada por mortes e aposentadorias, o IBGE tem divulgado a necessidade urgente de contratações. Segundo a instituição, mesmo com as reposições realizadas desde o último concurso, que ocorreu em 2015, não foi possível garantir um quadro mínimo para a manutenção de suas atividades.
Além disso, o IBGE afirmou que um percentual de 25% dos servidores poderá solicitar aposentadoria em breve, mas ressalta que esse número pode ser ainda maior, já que o levantamento considerou apenas o tempo de trabalho na instituição registrado no SIAPE, sem incluir o tempo de contribuição desses servidores fora do IBGE.
Problemas com contratação IBGE
Dentre os diversos problemas que ocasionaram atrasos na divulgação de informações, a falta de pessoal foi o que mais contribuiu, apesar dos vários editais anunciados.
De acordo com Cimar Azevedo, diretor de pesquisas, o maior desafio foi contratar recenseadores, pois embora tenham planejado a contratação de 180 mil pessoas, o máximo alcançado foi de 120 mil. Além disso, a pandemia atrapalhou o planejamento anterior e fenômenos climáticos, como chuvas, também contribuíram para os atrasos. O Censo também enfrentou problemas com a disseminação de fake news nas redes sociais, algo inédito até então. Houve ainda dificuldades no pagamento dos recenseadores, pois o sistema não havia sido testado antes e foram editadas várias Medidas Provisórias.
Também é importante destacar que o IBGE firmou diversos acordos com secretarias municipais de saúde e universidades, contando com a colaboração de agentes de saúde.