A Croácia será a grande desafiante a parar o violento ataque do Brasil na Copa do Mundo, e engana-se quem pensa que a seleção europeia não tem as armas necessárias para isso. Apesar de viver uma entressafra, o selecionado croata possui bons nomes e pode oferecer muita resistência à seleção de Tite.
É improvável que a Croácia repita o que a Coreia do Sul fez no jogo diante do Brasil, nas oitavas de final. Os asiáticos tomaram dois gols logo no início do primeiro tempo e foram pra cima da Canarinho, em uma tática de tudo ou nada e que proporcionou muito espaço para o veloz sistema ofensivo verde e amarelo contra atacar. O resultado foi um baile brasileiro, que terminou em 4 a 1. A Seleção Croata possui experiência e pragmatismo suficientes para não reeditar a má estratégia sul-coreana.
Um time com pilares
É mais provável que a Croácia tenha uma atuação, de certa forma, parecida com as que Sérvia e Suíça fizeram na primeira fase, nos jogos contra o Brasil. Os selecionados europeus optaram por uma postura tática mais recuada, que deixasse o controle de jogo com time do técnico Tite, a fim de sair em contra golpes. É bem verdade que a Seleção Brasileira derrotou os dois países, mas encontrou dificuldades nos dois casos, e não conseguiu marcar nos primeiros tempos.
O técnico croata Zlatko Dalic tem na defesa um de seus pontos fortes. Até o momento, a seleção quadriculada sofreu apenas dois gols em quatro partidas, e ainda não foi derrotada. O sistema defensivo da Croácia aposta as fichas em Josko Gvardiol, zagueiro de 20 anos e que é um dos melhores jogadores da Copa do Mundo. Ao seu lado, Dejan Lovren oferece experiência e rodagem, além do goleiro Dominik Livaković, que vive bom momento e foi o herói da classificação nos pênaltis contra o Japão.
Outro ponto forte croata é o meio-campo, que conta com um trio que se destaca no futebol europeu. Marcelo Brozovic, da Internazionale-INT, oferece intensidade e marcação, enquanto Mateo Kovacic, que joga no Chelsea-ING, traz equilíbrio e qualidade técnica. Por último, mas não menos importante, Luka Modric, craque do Real Madrid-ESP, é a esperança criativa, com passes desconcertantes, além de auxílio na saída de bola, mesmo aos 37 anos.
Diante de um Brasil que só utiliza um volante de origem – Casemiro, e que adapta o ofensivo Lucas Paquetá na função de segundo homem, ter um meio-campo consistente pode ser a chave para o sucesso.
O time croata deve ir a campo em um 4-3-3: Livakovic, Juranovic, Lovren, Gvardiol e Sosa; Brozovic, Kovacic e Modric; Vlasic, Perisic e Kramaric.
Brasil favorito
Apesar das qualidades da Croácia, o Brasil ainda é o favorito para passar à semifinal da Copa do Mundo de 2022. O técnico Tite não irá abrir mão da ofensividade com o quinteto de Lucas Paquetá, Neymar, Vini Jr, Raphinha e Richarlison. A única dúvida fica acerca do possível retorno do lateral-esquerda Alex Sandro, que empurraria Danilo de volta para a direita e deixaria Eder Militão no banco de reservas.
O camisa 6 se recupera de lesão no quadril e, caso seja titular, aumenta as chances de vitória brasileira.
Para chegar às quartas de final, a Croácia passou em segundo lugar no Grupo F, após bater Canadá e empatar com Bélgica e Marrocos. Nas oitavas, novo empate, diante do Japão, mas com vitória nos pênaltis. A vice-campeã da Copa do Mundo de 2018 conta com alguns nomes envelhecidos da histórica campanha, além de novos nomes em busca de afirmação no cenário internacional do futebol.
Brasil e Croácia se enfrentam às 12h da próxima sexta-feira (09), no estádio Cidade da Educação.