Geralmente após as partidas do Cruzeiro, costumo fazer pós-jogos descrevendo os lances e principais acontecimentos das partidas. É a maneira mais comum e conservadora de comunicar nessas ocasiões. Mas dessa vez pensei em fazer diferente. Segurei a emoção de depois da partida e a euforia que me acometia desde que me levantei hoje e resolvi esperar. Assisti pelo YouTube a maioria dos programas esportivos, vi e revi os lances da partida, entrevistas pós-jogo e repercussão nas redes sociais para construir o pensamento que trarei para o texto de hoje (30).
Mais uma vez o que se deu a entender pela imprensa é que o Flamengo perdeu para si mesmo e não para o Cruzeiro. E o pior é que tem gente que acredita. Inclusive personagens importantes da história da partida, como o goleiro Diego Alves que deu declarações ridículas e totalmente incoerentes no fim do jogo. Esse mal do jogador profissional em querer tirar o peso de si, desmerecendo o adversário, é totalmente nocivo à evolução da equipe. Afinal, tentar melhorar é uma tarefa difícil.
Diego Alves saiu de campo dizendo que o Flamengo pressionou o Cruzeiro durante todo o jogo e que viu medo no rosto dos jogadores celestes. Imagino que a festa das luzes feita pela torcida azul durante a partida tenha ofuscado a visão do goleiro flamenguista.
Apesar de não fazer um jogo vistoso e cheio de oportunidades, a equipe mineira jogou mais uma vez com a inteligência que tem sido costumeira, deixando o Flamengo manter uma posse de bola inofensiva do meio de campo para trás e saindo apenas “na boa”, em contra-ataques rápidos e trocas de passe envolventes. Há de se lembrar que o Cruzeiro tinha uma vantagem de 2 a 0 no placar, construídos fora de casa. Se alguém tinha que partir com tudo para o campo adversário, esse alguém era ao time carioca. Coisa que não fizeram em nenhum instante. Jogaram com uma tranquilidade (ou apatia) de quem tinha a vantagem no placar e precisava de um empate.
Não foi à toa que as melhores oportunidades da primeira etapa foram do Cruzeiro. Inclusive, Barcos, já é hora de deixar de marcar adversários para marcar gols. Se você empurra aquela bola para a rede, aos 20 do primeiro tempo, a partida estaria ganha e sem sustos. Não pode perder uma chance dessas. Ao final da partida, 12 finalizações para o Flamengo, com apenas duas na direção do gol de Fábio. Numa delas, o gol, achado num lance de escanteio, aos 24 minutos da etapa final. Para o Cruzeiro, nove chutes, sendo três deles certos. Aquele gol perdido pelo meia Thiago Neves dentro da pequena área, aos 17 da segunda etapa, também poderia ter feito falta, hein?
Imprensa, Diego Alves, alguns torcedores cegos pelo clubismo, sejamos sensatos. O Flamengo jamais pressionou o Cruzeiro nessas oitavas de final. A equipe carioca tem de agradecer pelo placar agregado ter ficado apenas em 2 a 1 e não forçar que o time foi valente e merecedor contra o malvado e retranqueiro time celeste. Os cariocas muito sofreram e pouco nos fizeram sofrer. Mas que eles continuem com esse pensamento, afinal, será um adversário a menos.
Para finalizar, deixo para vocês as declarações do meia Robinho, na entrevista coletiva desta quinta-feira (30).
A gente tem que dar risada, tem um tempinho já que estamos incomodando. Deixa eles falarem. Vi que o Diego falou que viu o medo nos nossos rostos. Se a gente que ganhou de 2 a 0 estava com medo, imagina quem perdeu de 2 a 0, né. Qual seria o tamanho do medo, não consigo nem explicar. Mas quando você quer esconder algo, você fala do outro time. Mas não vamos falar disso. Agora vamos pensar nas quartas de final. Quem não está nas quartas vai ter que nos assistir pelo menos em duas quartas-feiras
O meia cruzeirense ainda ironizou:
Eu vi um monte de defesas que o Fábio fez no jogo, ele fez um tanto, né? Quem perdeu muitos gols foi o nosso time. Cavadinha lá, o Dedé, o Léo tiram. Cruzamento na área, o Fábio segura. Então eu não sei se foi a gente que amedrontou não. Posse de bola no meio do campo não ganha jogo
E como diz aquela velha máxima: O choro é livre!