Neste 8 de março, dia Internacional Da Mulher, para homenagear as joias da nossa sociedade, o portal Mais Minas preparou uma matéria com três histórias de mulheres reais, Miury Suly, Daniele Avelar e Marília Castro. Com histórias de vida bem diferentes, as três tem algo em comum, a vontade de ajudar outras mulheres.
A primeira história que vamos contar é sobre Marília Castro, de 44 anos. Filha de Ouro Preto, porém moradora de Passagem de Mariana, Marília é mãe de três filhos e cabeleireira há 20 anos: “Vi ali a necessidade de transformação na vida de cada mulher, e o que acontecia era que eu via a mulher se transformar a cada dia, exteriormente, na verdade a transformação começa de dentro pra fora, a mulher então ela tem a necessidade de estar bem não só fisicamente, como emocionalmente. Então eu comecei a entender, que na verdade eu não poderia só trazer aquela melhoria exterior para a mulher, mas também interior, porque a cabeleireira quando começa ali a trabalhar com a cliente, ela começa a ser praticamente uma psicóloga, e isso forma um elo grande”, contou Marília em entrevista ao Mais Minas.
Hoje Marília não exerce mais a profissão, contudo ainda é amiga das clientes. “Eu tenho uma história de superação, pois há 16 anos atrás quando tive meu filho, eu tive pré-eclampsia e com isso diversos problemas de saúde físicos e emocionais, algumas mulheres estiveram ao meu lado, me apoiando, sendo amigas, hoje com 44 anos eu voltei a estudar em uma área totalmente diferente do que eu estava, então mulheres, prestem atenção, sempre há tempo, não existe idade, não existe limite. A mulher é linda independente de estereotipo, da raça e da religião, mulher é maravilhosa e especial, mulher é vida!”
Nossa segunda mulher especial é a Miury Suly, mais conhecida como Mika, de 25 anos. A mulher trans trabalha na Associação de Prostitutas de Minas Gerais (APROSMIG), fundada por Aparecida Vieira. Miury é ativista no enfrentamento da violência contra as mulheres e pelo direito das trabalhadoras sexuais de Betim, região metropolitana de Belo Horizonte. A bela é casada e usa a arte para se defender e defender outras mulheres que trabalham em situação de vulnerabilidade: “Cada dia é um passo diferente, hoje é dia das mulheres então a gente parabeniza todas, inclusive a gente também, porque a gente lutou muito para ter o direito de ser mulher, o mundo LGBT mesmo tem preconceito com as trans, muitos tabus precisam ser quebrados no estado de Minas Gerais”.
Daniele Avelar é uma advogada e ativista feminista de 40 anos. Mesmo nascida em Belo Horizonte, Daniele se considera marianense de coração, pois já mora na cidade há 17 anos.
A rotina de Daniele é bem corrida, hoje ela é mãe do Daniel, um menino de 3 anos que vive com ela. Além de advogar e atuar na política, Dani tem uma maternidade atípica, pois o pequeno tem Transtorno Espectro Autista. “A maternidade é uma escolha, ela não pode ser uma imposição, não tem problema nenhum a mulher não querer ter filhos, ou ela mudar de ideia, isso não tem problema, é uma escolha. Agora, que a maternidade modifica muito a mulher isso é verdade, a maternidade traz pra gente um outro olhar que a gente não é capaz de perceber quando a gente não é mãe. Você percebe que o mundo vai ter que sobreviver depois que a gente for embora, porque a mãe não é eterna, a gente começa a pensar qual é o mundo que estamos deixando para nossos filhos viverem, e aí a gente mexe e modifica tudo, tanto na vida privada como na pública. Só que tem um outro lado, a solidão, a maternidade é um exercício de solidão. O sentimento da maternidade é algo muito só e a gente não consegue explicar, a não ser quem passa por ela, porque é um medo, é uma culpa que a gente carrega que a sociedade coloca nas nossas costas, a gente sempre acha que tem alho errado e que podia ser diferente, você se cobra e se culpa o tempo todo”, disse Daniele.
Sobre o dia Internacional da Mulher, a Dani opina: “eu acho um verdeiro absurdo receber parabéns no dia das mulheres, esse romantismo que se faz de distribuir rosas, de enfeitar de balões cor de rosa, de corações, de lembrar a mulher na maternidade, isso pra mim é o cúmulo do absurdo, porque o 8 de março, ele deve ser um momento de luta, é o momento da gente lembrar o que a mulher já conquistou, mas o que mais ela precisa conquistar, então eu desde sempre tive esse pensamento sobre o 8 de março”.