No dia 6 de julho, o rapper Djonga lança em Mariana o seu mais recente trabalho, o álbum Ladrão. O rapper, escritor e compositor brasileiro, considerado um dos nomes mais influentes do trap/rap atual, chama a atenção por sua lírica afiada e agressiva e por fortes críticas sociais presentes em suas letras.
Seu nome de batismo é Gustavo Pereira Marques, mas ficou conhecido como Djonga. Ele é de Belo Horizonte, da Zona Leste, e começou a compor em 2010 com 16 anos. Suas influências vão desde o samba até o rap nacional.
Djonga começou o curso de História na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), no campus de Mariana. Foi lá que ele, juntamente com artistas de rap local, como DogDu, Rich Braz e JJ Marçal, criaram a Batalha das Gerais. A batalha é uma roda de rima que acontece semanalmente em uma praça no centro da cidade, que propulsiona o crescimento da cena hip hop em Mariana, além de divulgar e aproximar a comunidade marianense desse estilo.
Por ter morado, estudado, trabalhado e compartilhado experiências com a comunidade local, Djonga sempre faz questão de fazer um show de lançamento na região. Seu primeiro disco, Heresia, foi lançado em Passagem, distrito de Mariana. O show do álbum O Menino Que Queria ser Deus, foi no Centro Acadêmico da Escola de Minas (CAEM), em Ouro Preto, cidade vizinha de Mariana. E para o lançamento de Ladrão, o rapper escolheu Mariana em si.
Ele ajudou a fomentar a cena hip hop na cidade, que continuar a crescer, com novos artistas, produtores, lançamentos e amantes da cultura.
Haverá outras atrações também, como o rapper marianense Rich Braza, entre outros artistas locais.
Sobre o álbum Ladrão
O álbum foi lançado no dia 13 de março e já ultrapassa milhões de views no YouTube. Os outros dois discos do artista também foram lançado no dia 13 de março, o que pode caracterizar um dia de sorte.
As músicas de Ladrão são ácidas, acertadas e criticam a classe média mineira, como diz parte da letra “Cagando potes para classe média culpada que agora quer colar com nóis”.
Além de revoltas sociais, há referências a Oscar Niemeyer e Jordan Peele, diretor do filme Corra, cujo enrede mostra um racismo pesado na sociedade estadunidense. Tudo isso, atrelado à narrativa do contexto social da periferia de Belo Horizonte.
Todas as músicas mostram a gratidão e o respeito por suas origens, raiz, ancestralidade e religiosidade.
Djonga traz a música como forma de inclusão, e o artista se permanece totalmente coerente com essa postura, mesmo após o sucesso, ao passo que seus shows de estreia têm ingressos a preços populares e acessíveis, a ponto que conseguiu derrubar inúmeras vezes o site que vendia os ingressos. Além disso, ele disponibilizou suas músicas primeiro em plataformas mais acessíveis, como o YouTube, para depois lançar em plataformas pagas.
O artista tem um discurso afiada, composto por metáforas fortes em suas letras e atitudes poderosas dentro e fora dos palcos. A palavra que poderia melhore representá-lo seria: representatividade.
“Ele é real… até demais”, ele representa a voz de quem esquecido todos os dias. Esse tom de “gente como a gente”, faz com que as pessoas que vivem aquela realidade sintam-se acolhidas e descritas em suas músicas.
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