Você deve? Se sua resposta for sim, seja no cartão de crédito, em algum financiamento, ou em outro recorte, você não deve estar colocando em prática o conceito de educação financeira. Caso sua resposta seja não, é certo que você conheça alguém que deva e que essa pessoa não seja educada financeiramente.
Não é das tarefas mais difíceis afirmar isso com tanta certeza, pois a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realizada em outubro de 2019, mostra que 64,7% do total de famílias brasileiras possui alguma dívida.
O número é alarmante pois mostra que, a cada dez famílias, cerca de seis (e meia) possuem algum endividamento. Além disso, é mais alarmante ainda pensar que o mês de outubro do ano passado, que registrou esses números, foi o primeiro no qual houve queda na porcentagem de endividados. Por outro lado, no mesmo período de 2018, o endividamento era de 60,7%.
Causas do endividamento
Entre os maiores vilões do endividamento familiar, estão má administração financeira, inexistência de uma reserva de emergência, consumo excessivo, cheque especial e crédito rotativo, crediário, empréstimos pessoais, falta de renda, doença e financiamentos.
Em alguns dos motivos citado acima, o endividamento acaba sendo inevitável, como é o caso de doenças e falta de renda. Mas na maioria dos casos, uma coisa pode resolver os problemas financeiros do brasileiro: a educação financeira.
Educação financeira
A educação financeira tem, por propósito, auxiliar os consumidores na administração dos seus rendimentos, nas suas decisões de poupança e investimento, no seu consumo consciente e na prevenção de situações de fraude.
Apesar da promessa de resolução ou melhor controle dos problemas financeiros parecer algo maravilhoso, não há nenhum passe de mágica ou fórmula secreta para se educar financeiramente. Mas é necessário estudo, dedicação e auto-conhecimento, tanto de si quanto de suas condições.
Vamos a um exemplo:
Você quer trocar de carro, seja qual for o motivo. O seu já não mais te atende, está ultrapassado, você precisa de algo mais novo, menor, maior, com diferente consumo ou simplesmente porque a montadora lançou aquele automóvel dos seus sonhos. O que você faz?
- Procura um empréstimo financeiro, um financiamento, divide em muitas parcelas e compra? Afinal, nunca se sabe o dia de amanhã, mas se sabe que ele será muito melhor de carro novo.
- Você espera até juntar o dinheiro necessário para aquela compra, para comprar sem riscos e sem assumir um compromisso muito grande?
- Você decide não comprar o carro, pois o seu ainda atende às necessidades e você tem objetivos para aquele dinheiro?
Bom, na educação financeira não existe resposta certa. Você precisa se conhecer, saber suas limitações e ter ciência de suas possibilidades. Se você possui renda e estabilidade para manter em dia um financiamento ou empréstimo, procure uma empresa confiável e com boas condições de refinanciamento de veículos, e seja feliz, já de carro novo
Mas se você não confia em seu compromisso e na sua habilidade para controlar gastos, melhor não arriscar. Junte seu dinheirinho e resolva tudo numa só tacada. E se você realmente não precisa daquilo, ou se é um investimento fora da sua realidade, o melhor a se fazer é não comprar.
Na internet existem vários canais, sites e cursos que ajudam na educação financeira, o que pode ser uma boa saída para aqueles que sentem precisar disso.
Tudo é possível desde que não se ultrapasse as próprias possibilidades. Se você possui uma renda “x” e gastos que são metade disso, mas que pretende fazer uma compra que seja mais cara que esse valor que sobra, você pode, sim, buscar um empréstimo. Só é importante que as parcelas de pagamento, juros e prazo sejam condizentes com o dinheiro restante e que se procure uma instituição confiável e que apresente boas condições para se realizar tal empréstimo, que seja pessoal ou de créditos online.
Portanto é bom frisar que ser educado financeiramente não é deixar de consumir, esquecer anseios, sonhos e desejos e sim analisar as possibilidades para que estes possam ser realizados sem prejudicarem outros aspectos fundamentais ou tornarem-se pesadelos no futuro.