2020 chegou e com ele veio a nova edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Disputada todos os anos em janeiro, a competição é a mais tradicional do futebol de base no país. Popularmente conhecida como “Copinha”, ela dá vaga para 128 times de todas as cinco regiões do país. América, Atlético, Cruzeiro e Tupi são os representantes de Minas na edição deste ano.
Com exclusividade, o Mais Minas teve a oportunidade de entrevistar três jogadores que estão disputando o torneio pelo Cruzeiro: o volante Pedro Bicalho e o lateral Ryan, veteranos da competição, e o meio-campista Jadsom, que participará pela primeira vez. Confira o papo:
Experiência na competição
Veteranos na Copinha, Pedro Bicalho e Ryan podem servir como espelho para os atletas mais novos. Perguntados sobre de que forma poderiam ajudar seus companheiros menos experientes, os atletas foram enfáticos. Pedro que, disputa a sua segunda edição, respondeu:
“Sim, essa não é minha primeira participação na Copinha. Como já tenho uma certa experiência, eu tento ajudar meus colegas mais novos com conversas, conselhos e dicas sobre o torneio”, contou Pedro.
Com mais duas participações no currículo, Ryan seguiu uma linha parecida:
“A gente procura ajudar passando total confiança pra eles. Como essa é minha terceira participação na ‘Copinha’ eu já sei muito bem como a competição funciona e o quão importante é ficar leve, ficar solto, pra poder dar o seu melhor no jogo sem preocupação nenhuma”, falou o jovem jogador.
Jadsom, ao contrário de seus companheiros, é um estreante. O volante nos contou um pouco sobre como tem sido a sensação de disputar o torneio pela primeira vez.
“Estou feliz de estar disputando o torneio pela primeira vez. Disputar a primeira ‘Copinha’ vestindo a camisa do Cruzeiro é uma sensação inexplicável. Acho que todo jogador antes de entrar em campo sente aquele friozinho na barriga, mas é normal. Depois que a gente dá o primeiro passe, que dá o primeiro chute a gol, a gente extravasa tudo e passa a se sentir a vontade dentro de campo. Com a classificação estamos mais tranquilos mas a confiança continua a mesma. O grupo é maravilhoso, tá todo mundo concentrado e confiante no que vai fazer durante a competição e espero que possamos passar cada vez mais de fase. Estou feliz e esperando ajudar bastante a nossa equipe, para quem sabe a gente poder levar esse troféu pra casa“, disse o versátil meio-campista.
Chance de aproveitamento no profissional
Vivendo o momento mais conturbado de sua história, o Cruzeiro atravessa uma crise financeira e tem dificuldade na contratação de jogadores, além de precisar enxugar grande parte do elenco, que está fora da realidade econômica do clube. Com isso, promessas de maior utilização da base foram feitas. Durante a entrevista os meninos comentaram um pouco sobre esse possível aproveitamento e suas expectativas.
“O pessoal da comissão técnica está sempre orientando a gente, falando para estarmos sempre preparados, porque uma oportunidade pode surgir a qualquer momento. Então temos que estar sempre prontos. Estou sempre à disposição do clube para ajudar, seja na base ou no profissional”, respondeu Pedro, se mostrando fechado com o clube.
Ryan ressaltou o foco na disputa da “Copinha”:
“Já conversaram sim, mas primeiro precisamos manter o foco aqui para poder estar buscando a classificação, depois podemos estar pensando em chegar no profissional. É um sonho que estamos buscando, temos a expectativa de subir, mas primeiro o foco é na ‘Copinha’. Trabalhar para que com as consequências dos nossos resultados aqui nós possamos subir para o profissional”.
Já Jadsom, citou a forma com que Célio Lúcio tem tranquilizado eles:
“Todo mundo sabe o que é que está acontecendo com o Cruzeiro e o nosso treinador vem passando pra gente ter calma, ter paciência e jogar o nosso futebol de forma simples, que as oportunidades vão surgir e todos que se destacarem vão ter a sua chance no profissional”.
Histórias de superação
A disputa da “Copinha” traz, todos os anos, diversas história de superação. Relatos de times e jogadores que tiveram que superar adversidades para chegar até ali. Um exemplo famoso é o do Galvez do Acre, que na edição de 2019 enfrentou o Palmeiras e acabou ficando sem passagem para voltar para casa. Após uma campanha da torcida palmeirense, o Alviverde cedeu hospedagem e equipamentos para a equipe, além de pagar as passagens do time acreano. Perguntados sobre como se sentiam vendo esses relatos de clubes mais modestos, os garotos responderam:
“Infelizmente, muitos clubes no Brasil não têm boa estrutura. Por outro lado, a ‘Copinha’ é um torneio muito democrático, em que vários atletas são vistos e podem mostrar seu futebol para o Brasil inteiro, pois os jogos são transmitidos. Graças a Deus tenho a oportunidade de estar num clube gigante, com estrutura de ponta. Sou muito grato ao Cruzeiro e espero aproveitar essa estrutura da melhor maneira possível”, respondeu o volante Pedro Bicalho, mostrando gratidão ao Cruzeiro e citando a visibilidade que o torneio dá para os times menores.
Vindo de um clube com uma estrutura mais simples, Ryan, que jogava no São Bernardo do ABC Paulista, se identifica com essas histórias.
“Eu já tive duas participações em times de menor expressão e sei muito bem como é o sonho de jogar em um time tão grande, de uma estrutura tão boa. A gente vê as dificuldades, eu também já passei por muitas, pra poder chegar em um clube com mais estrutura. E estando em um clube maior, nós nos cobramos muito pra poder permanecer, porque não é fácil”, relatou o lateral, que chegou ao Cruzeiro em fevereiro de 2019.
Jadsom também exaltou o clube e falou um pouco dos seus objetivos.
“Eu fico feliz de poder estar vestindo a camisa do Cruzeiro, um clube grande e que todo mundo quer estar vestindo a camisa. Essa rapaziada que vive passando dificuldades está sempre buscando seu espaço, e a gente que está aqui vestindo esse manto, representando o Cruzeiro, devemos manter o alto nível para poder estar ajudando o clube e buscando sempre alcançar nossos objetivos, que são estar no profissional e conquistar títulos”.
Próximos desafios
Classificado para a segunda fase da competição, o Cruzeiro enfrentará um adversário vindo do grupo 28, que é composto por Moto Club, Sport, Desportiva Paraense e Audax, em jogo acontecerá às 17h do próximo domingo (12).
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