A quarta publicação da série “Especial Acordo Ortográfico”, produzida semanalmente pela equipe do Mais Minas, baseado no e-book criado por meio de seu social media e colunista, João Paulo Silva, tratará dos temas: divisão silábica e do hífen. Para ver a primeira, a segunda e a terceira matéria da série, clique aqui. Se deseja acessar o decreto que promulgou o acordo, basta clicar aqui.
O e-book “Novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa: o que você precisa saber”, completo, estará disponível para download ao final de cada matéria. Os textos sairão todas as terças-feiras, às 16h.
Divisão silábica
A divisão silábica é a separação das diferentes sílabas que formam uma palavra.
Veja: sílaba é a emissão vocal composta de um fonema que corresponde a uma vogal (a-e-i-o-u) ou a um grupo de fonemas formado pela junção de uma vogal com uma consoante ou com uma semivogal. Ou seja, é um fonema ou um grupo de fonemas pronunciados em uma só emissão de voz.
Não existe sílaba sem vogal ou semivogal, porque a base da sílaba é a vogal. Exemplos:
ou-ro / á-gua / his-tó-ria / bí-ceps.
No caso da palavra bíceps, entre as letras “p” e “s” não há uma vogal, então não se separa na divisão silábica ficando, portanto, desta forma: bí-ceps.
Existem dois tipos de sílabas: as tônicas e as átonas.
Tônicas
É a sílaba forte, ou seja, sílaba ou vogal em que há maior intensidade na pronúncia. Cada palavra tem apenas uma sílaba tônica. Exemplo: co-quei-ro
Qual é a sílaba mais forte? O “quei”, certo? Portanto, aí está a sílaba tônica da palavra “coqueiro”.
Nem sempre a sílaba tônica é acentuada, por isso, é importante estar atento às regras de acentuação das palavras para não cometer erros.
Átonas
É a sílaba mais fraca, ou seja, sílaba ou vogal de menor intensidade na pronúncia.
Se na palavra “coqueiro” o “quei” é tônica, as demais sílabas são? Isso mesmo, átonas!
co-quei-ro: “co” e “ro” são átonas, porque têm pronúncias mais fracas.
Pode-se dizer que, para descobrir qual é a sílaba átona de uma palavra, basta encontrar a sílaba tônica.
Classificação silábica
Monossílabo: palavra formada por uma única sílaba. Exemplos: flor, mãe;
Dissílabo: palavra formada por duas sílabas. Exemplos: da-do, ca-ma;
Trissílabo: palavra formada por três sílabas. Exemplos: es-co-la, mo-chi-la;
Polissílabo: palavra formada por mais de três sílabas. Exemplo: ma-te-má-ti-ca, li-te-ra-tu-ra.
Hífen
O hífen é um sinal gráfico, constituído de pequeno traço horizontal (-), que une os elementos de um vocábulo composto. O hífen não é o mesmo que a meia-risca (que serve para ligar elementos em série: 1986 – 2019), nem que o travessão (que serve para indicar mudança de interlocutor e para isolar palavras ou expressões), nem que a subtração (usado em cálculos matemáticos).
De acordo com as novas regras do acordo ortográfico da língua portuguesa, usa-se o hífen nas seguintes situações:
– Antes da letra “H”. Exemplos: anti-higiênico, sobre-humano, auto-hipnose, super-homem;
– Palavras ligadas por vogais. Exemplos: contra-ataque, auto-observação, micro-ondas;
– Palavras ligadas por consoantes desde que sejam consoantes iguais: sub-base, super-rápido, inter-racial. Nos demais casos em que as consoantes são diferentes não se usa o hífen: hipersensível, interclasse, supermulher.
Quando um prefixo se liga a uma palavra iniciada pelas letras ‘S’ ou ‘R’, não se usa o hífen, ao contrário, dobra-se a letra formando uma única palavra. Exemplos: autossugestão, microssistema, antissocial.
No caso dos prefixos ab, ob, sob, sub, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por ‘R’ ou ‘B’. Exemplos: ab-rupto, sub-região, sub-raça. Já os prefixos ‘circum’ e ‘pan’, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por ‘M’, ‘N’, ‘H’, ‘B’, ‘P’ e vogal. Exemplos: circum-hospitalar, pan-americano;
– Usa-se o hífen nos compostos com os elementos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró. Exemplos: ex-aluno, recém-nascido, pré-história;
As formas átonas dos prefixos pré, pós e pró unem-se ao segundo elemento. Exemplos: prever, pospor, promover.
– Emprega o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu;
– Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que se combinam formando encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo, estrada Belém-Brasília;
– Emprega-se o hífen em palavras que designam espécies botânicas e zoológicas. Exemplos: couve-flor, bem-te-vi, erva-doce;
– Usa-se o hífen quando o primeiro elemento da palavra composta for bem ou mal e o segundo elemento começar por vogal, h ou l. Exemplos: bem-apanhado, bem-humorado, mal-habituado. Todavia, os advérbios bem e mal aglutinam-se ao segundo elemento. Exemplos: benfeitor, malcriado.
As formas adjetivadas do afro, anglo, euro, franco, luso, e outros, são grafadas sem hífen. Exemplos: afrodescendente, lusofonia.
Chegamos ao fim da quarta matéria da série “Especial Acordo Ortográfico”. Na próxima semana, teremos a quinta e última publicação da série, onde iremos falar das novas regras de acentuação. Fique ligado no site! E para baixar o e-book “Novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa: o que você precisa saber” completo, em formato PDF, basta clicar no título abaixo.