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Estrela do Sul: a pequena cidade mineira que brilha no cinema nacional

Estrela do Sul: a pequena cidade mineira que brilha no cinema nacional

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No interior de Minas Gerais, a 520 km de Belo Horizonte, encontra-se Estrela do Sul, um município de apenas 6.840 habitantes que, apesar de seu tamanho modesto, tem se destacado em um cenário atrativo: o cinema nacional. Com uma história que remonta ao século XIX, paisagens que parecem ter saído de um quadro e uma atmosfera que mistura tradição e encanto, a cidade tem se tornado um ponto de interesse para produções audiovisuais. Mas o que há de tão especial nesse pequeno pedaço do Brasil?

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Tudo começa com sua história. Em 1854, a descoberta de um diamante de 254,5 quilates colocou Estrela do Sul no mapa, atraindo garimpeiros e aventureiros em busca de riqueza. Entre eles, destacou-se Dona Beja, figura lendária que até hoje paira no imaginário local. Esse passado de sonhos e buscas por fortuna inspirou o escritor ouro-pretano Bernardo Guimarães a escrever o romance “O Garimpeiro”, publicado em 1872, que narra as aventuras de um jovem em busca de riqueza para conquistar o amor de sua vida. A obra, considerada um marco da literatura regionalista, imortalizou a região como um lugar de histórias fascinantes.

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Hoje, essa aura de encantamento continua viva, não apenas nos livros, mas também nas telas do cinema. Um exemplo recente é o filme “A Saga”, premiado como Melhor Edição no Portugal Indie Film Festival. Produzido por Thiago Fernandes, estudante de Direito na UFU (Universidade Federal de Uberlândia), e Emanuelle Anne, o longa foi produzido em Uberlândia, mas gravado em Estrela do Sul. Ele conta a história de Maria Flor, uma jovem que embarca em uma jornada fantástica para salvar sua mãe. A narrativa, repleta de elementos mágicos e personagens cativantes, ganhou vida graças à direção de Dayse Amaral Dias e à edição cuidadosa de Fernanda Portela. O sucesso do filme colocou a cidade no radar do cinema internacional e mostrou o potencial da região como cenário para produções audiovisuais.

Outro exemplo é “Valentina”, filme dirigido por Cássio Pereira dos Santos e exibido pela Netflix. A produção, que aborda a história de uma adolescente trans enfrentando desafios em uma nova cidade, foi gravada em Estrela do Sul e em Uberlândia. Premiado na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e exibido até no Japão, o filme reforçou a importância da cidade como um espaço que inspira narrativas profundas e universais.

Mas o que faz de Estrela do Sul um cenário tão atraente? Além da história rica, a cidade oferece uma combinação única de arquitetura colonial preservada, casarões antigos, igrejas centenárias e paisagens naturais deslumbrantes. Tudo isso cria um ambiente que parece ter parado no tempo, perfeito para histórias que precisam de um toque de autenticidade e magia.

Por trás dessas produções, há também um esforço coletivo. Filmes como “A Saga” e “Valentina” contaram com incentivos culturais, como a Lei Rouanet e a Lei Aldir Blanc, além de apoio de empresas locais. Esses recursos são fundamentais para viabilizar produções independentes, que muitas vezes enfrentam dificuldades para competir com o cinema internacional. No entanto, apesar dos avanços, o consumo de filmes nacionais ainda é baixo no Brasil. Segundo dados da Ancine, apenas 3% do público frequenta salas de cinema para assistir a produções brasileiras, um número que precisa crescer para que a indústria local continue a se desenvolver.

Estrela do Sul é um exemplo de como o cinema pode transformar uma pequena cidade em um grande palco, possibilitando que as câmeras continuem a capturar sua beleza e mostre ao mundo. Com isso, a cidade segue escrevendo sua própria saga, agora não mais apenas nos livros, mas também nas telas do cinema. Quem sabe, no futuro, essa pequena estrela mineira não brilhe ainda mais, inspirando novas histórias e conquistando o mundo com sua magia?

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