O ativista ambiental e estudante do último período de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Kaime Silvestre, participa de diversas atividades relacionadas à Semana do Clima de Nova York. Além de falar em painel da Cúpula Jovem do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), o futuro advogado também participou da Greve Global pelo Clima, da Cúpula do Clima e de outros eventos paralelos, como o debate “Amazônia Possível”.
Kaime é autor de um abaixo-assinado que visa pressionar o Brasil a declarar estado de emergência climática. A petição foi lançada pelo ativista na plataforma Change.org, que hospeda o movimento #AllinforClimateAction, integrado por diversas organizações. Além do abaixo-assinado aberto pelo ativista, outros 90 fazem parte do movimento, que é apoiado por mais de 1,3 milhões de pessoas em diversos países, como França, Espanha e Alemanha.
O estudante de Direito nasceu e cresceu no Mato Grosso, onde acompanhou de perto a situação na Amazônia, o que o levou a tornar-se ativista pelo meio ambiente. Atualmente mora em Juiz de Fora (MG) e é voluntário na organização Engajamundo, uma rede de jovens preocupados com a crise climática que estão se unindo com o objetivo de transformar suas comunidades.
“O que vejo ocorrendo, não só no Brasil mas em outros países, é que determinados interesses econômicos estão sendo privilegiados em relação a toda a vida do planeta. As gerações futuras da humanidade estão em risco se não agirmos agora. Nosso planeta não sobreviverá se continuarmos com o estilo de vida humana extremamente consumista e não sustentável”, desabafa o jovem ativista sobre a situação de emergência climática do planeta.
Durante a Semana do Clima em Nova York, Kaime compartilhou ideias e experiências com outros jovens ativistas da causa ambiental. “Espero que tanto os políticos como os empresários possam considerar posições que não gerem danos ao meio ambiente em seus projetos. Infelizmente não há meio termo, ou todos os segmentos da população se unem para cessar as emissões de gases poluentes ou a humanidade entrará em colapso”, desabafa. Em junho, ele também participou da Conferência do Clima da ONU, realizada na Alemanha.
Pelo fim das queimadas na Amazônia
Outro jovem, que assim como Kaime, também participou de debates, na Semana do Clima de Nova York, sobre a situação do meio ambiente e da Amazônia foi o advogado acreano Gabriel Santos de Souza, de 25 anos, morador da periferia de Rio Branco (AC). O rapaz é autor de outro abaixo-assinado, hospedado na plataforma Change.org, que pede por medidas práticas do governo e do Congresso Nacional para pôr um fim às queimadas na Amazônia.
“Ir a Nova York para a Semana do Clima, para a Greve Geral pelo Clima, discutir os impactos do que está acontecendo na nossa realidade, na minha realidade, especificamente, lá no Acre, é muito significativo e simbólico. Acho que traz uma nova percepção, para mim pelo menos, da importância de se mobilizar, da importância de correr atrás daquilo que a gente acredita, e principalmente de se posicionar e agir”, ressalta o jovem advogado, eleito pela lista inglesa Global Shakers como uma das 15 pessoas que lutam pela Amazônia ao redor do mundo.
Por meio da campanha, o acreano conseguiu coletar 4,8 milhões de assinaturas em mais de 20 países, entregando a petição ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que instalou uma comissão externa para monitorar as políticas públicas ambientais.
“O Brasil precisa retomar a liderança sobre o debate climático no mundo. Não é possível que o país com a maior floresta do mundo, maior biodiversidade e recursos hídricos se comporte como coadjuvante num tema tão importante. Acredito que nossa geração está passando uma mensagem clara: nós queremos ter um futuro”, protesta Gabriel.
#AmazonDefenders
A plataforma Change.org hospeda ainda um movimento em defesa da Amazônia. O #AmazonDefenders possui 50 petições, com 13,3 milhões de assinaturas coletadas em mais de 20 países, por maior proteção à floresta. A maior das campanhas, que é recorde mundial na plataforma, com 5,3 milhões de assinaturas, se mobiliza contra o desmatamento.